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terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Deus, fonte da plenitude humana


Gedeir V. Gonçalves, Postulante SDN e graduando em Filosofia, BH-MG
gedeirvg@bol.com.br

A partir de uma leitura espiritual, que realizei a cerca da obra: “Plenitude Humana”, do autor João Mohana, gostaria de compartilhar com você, caro jovem, as experiências que obtive ao realizá-la.
Deus existe? Quem é Deus? Por que ele não se manifesta diante dos desafios da sociedade? Essa e outras indagações perpassam toda a evolução humana até os tempos atuais.
Falar de Deus é algo muito complexo. Comprová-lo, é mais difícil ainda. diante disso, o que devemos fazer? Muitos filósofos tentaram explicar a existência de Deus, como Nietzsche, Sartre, Voltaire e outros mais que com esta finalidade, caíram num pleno vazio, chegando à conclusão que Deus é um “nada”, um “nada”, que se torna o “tudo” para a humanidade.
Racionalmente falando, no “nada” está concentrado, ou seja, Ele comporta tudo que vai para além de todos os conceitos que formulamos pela inteligência humana. Mas a humanidade interpretou de forma errônea os pensamentos desses filósofos. Eles também, com seu egocentrismo, conseqüentemente, caíram no vazio da humanidade.
O vazio da humanidade é a pretensão de o ser humano se considerar “completo”. Ele não precisa de algo maior para sua sobrevivência; se considera como dono de sua própria existência. Nessa perspectiva, o homem busca comprovar a existência de Deus por meio dos cinco sentidos, daí as três perguntinhas do início deste texto.
Sabemos que Deus não pode ser explicado pelos nossos sentidos. Alíás, não precisa ser explicado. Se Deus coubesse na ignorância de nossos conceitos, ele deixaria de ser Deus para se tornar um simples humano como nós. Devemos trazer conosco um pensamento de um grande filósofo, cuja liberdade podemos transferir para nossa vida espiritual e vocacional. “O ser humano sempre terá duas possibilidades de escolha em sua vida, e cabe a ele escolher a melhor, de acordo com seu interesse, e com essa escolha, deve assumir todas as conseqüências que ela acarreta, tanto positiva quanto negativamente.” Este filósofo é Jean Paul Sartre.

Em nossa vida devemos procurar fazer esta escolha, e conseqüentemente assumir todos os riscos que ela traz. Façamos a mesma coisa com nossa fé: passemos a acreditar que Deus existe e que ele se manifesta em nossa historia. Então não há porquê de nós querermos provar aos outros a existência dEle. Podemos mostrar sim, o bem que Ele nos faz, mas comprovar sua existência racionalmente, não o podemos.

O importante é que cremos em Deus. A partir do momento em que acreditamos, Ele passa a existir não fora, mas sim dentro de cada um de nós! Essa é a beleza da existência humana! A humanidade tem sofrido muito pela falta de fé. Agora nos perguntamos: queremos também, sofrer o resto de nossa vida?

O homem só chega a sua plenitude, a partir do momento em que ele caminha com Deus, do contrário ele cai na perdição e no vazio do mundo. Com isso, convido a todos, em especial, você jovem, a fazer esta caminhada de “conhecimento” de Deus, e ao mesmo tempo fazer sua entrega de vida, depositar nas mãos de nosso criador, a nossa existência, e tendo em Deus, um amigo com Quem possamos compartilhar nossas alegrias e tristezas existenciais.

Juventude e doenças sexualmente transmissíveis

Whesney A. de Siqueira, Postulante da Ordem de Santo Agostinho
whesney1@gmail.com

Nunca se falou tanto do problema das Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST's) nos últimos anos. Já ouvimos falar bastante, tanto na escola quanto nas Igrejas, na TV e em vários outros meios de comunicação. Mas é preocupante o número de jovens que são infectados por essas doenças transmitidas através da relação sexual. Uma coisa é fato: é cada vez mais precoce a iniciação sexual, e cada vez mais cedo mais jovens estão contraindo essas doenças.
As DST's podem ser curáveis ou incuráveis, como é o caso, por exemplo, da Aids. Dentro das DST's também existem a gonorréia, sífilis, cancro mole, cancro duro, herpes genital, tricomonas, hepatite, HPV, entre outras doenças. Pesquisas recentes apontam que cerca de 40% dos infectados pelo vírus HIV são jovens, como afirma o relatório epidemiológico do Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/AIDS (UNAIDS). Atualmente são 33,2 milhões de pessoas vivendo com o HIV/AIDS no mundo. Dentro das DST's, a Aids é a doença mais lembrada e mais preocupante pois o seu tratamento faz somente um controle do vírus e proporciona uma maior sobrevida aos infectados, mas infelizmente o vírus não pode ser extirpado.
A juventude é um período de nossa vida em que queremos nos auto-afirmar. Uma das formas dessa auto-afirmação é o impulso de testar as situações a todo o momento, o que é extremamente normal e faz parte do nosso amadurecimento, mas infelizmente nós não somos imunes a qualquer perigo. Posturas não refletidas podem nos deixar marcas. O sentimento de onipotência pode comprometer o futuro. No campo sexual essa onipotência se alia aos hormônios pulsantes. Esses acontecimentos físicos e psicológicos, misturados em tempos de muita informação erótica e pouca censura nos meios de comunicação de massa, leva o jovem a experienciar realidades ainda não compreendidas por ele, uma vez que ainda não vivenciou o suficiente para tal. Aqui mora o grande perigo, o do desastre, o que era pra ser um período de autoconhecimento, pode se tornar um estigma para a vida toda, ou na melhor das hipóteses, uma bela dor de cabeça.
Mas, se temos uma quantidade de informação tão grande, como é que mesmo sabendo, não conseguimos colocar em prática? Talvez explique o fato que na hora do sexo, do prazer a irracionalidade impera, a emoção nos toma. De outro lado, as propagandas e campanhas para a prevenção são muito racionais. Sendo assim há um descompasso e uma não internalização da mensagem destas. Não adianta lermos e assistirmos tudo quanto há, mas na hora "H" tudo sumir. O fato é muito sério, não podemos levar a nossa vida como se nada de mal irá acontecer, como confirmam as pesquisas que citamos no início deste texto.

Outro elemento curioso é o fato de nossa geração não ter convivido com o horror das DST's. Vivemos em um tempo em que essas doenças gozam de um certo controle, muito pouca gente conviveu com pessoas acamadas, esqueléticas vitimadas pelo HIV, ou mesmo as doenças que não matam mas são esteticamente horríveis. Crescemos sabendo e comemorando que a maioria das DST's tem cura. É só tomarmos as vacinas e fazermos os tratamentos, ou na pior das hipóteses, a Aids, pode ser controlada através do coquetel.

O que não se fala é que até agora o governo não se preocupou em disponibilizar as vacinas para a maioria das DST's e grande parte dos tratamentos estão restritos a centros particulares. E para o tratamento do HIV que se dá através do coquetel anti-aids, costuma faltar antirretrovirais na rede pública e esses medicamentos são fundamentais para manter a qualidade de vida das pessoas que vivem com Aids. Além do mais, é grande o sofrimento provocado pelo tratamento. Os efeitos colaterais variam muito de pessoa para pessoa, os mais frequentes são: escamações de pele, quedas de cabelo, disenterias, mal-estar, suores, tremedeiras, dores estomacais, náuseas, vômitos. Sem falar que tem gente que nem tolera o coquetel porque não consegue suportar os efeitos colaterais.

Cada vez mais devemos trazer para a nossa vida essas reflexões a respeito da nossa prática sexual, temos que ter consciência dos nossos atos e sabermos que as doenças existem e estão ai presente no nosso dia-a-dia. Não somos super-heróis, ao contrário, somos finitos, frágeis e vulneráveis. Tomar consciência de nossas precariedades nos faz acabar com a nossa falsa onipotência. Ter uma postura reflexiva, serena e realista, base para a maturidade.... Sabendo que tudo pode nos acontecer, mas nós podemos evitar muitas coisas nessa nossa passagem pela vida.

É culpa do Professor!


Raquel Ferreira ,
Graduada em Letras (PUCMINAS); pós graduada em Arteterapia em Educação (UCAM/RJ) e Gestão de Negócios (UNOPAR/PR) e Mestranda em Filosofia (FAJE/BH)
professoraraquelsouza@yahoo.com.br

Uma figura, atualmente, desvalorizada pela sociedade é a do professor. Questão contraditória, visto que é só por existir pessoas que disponibilizam ao ensino, que estamos aqui (eu, escrevendo por hora; você, daqui a pouco, lendo).

Definitivamente, o que motiva o professor a exercer tal profissão não é o salário, tampouco os estudantes, que – cada vez mais – fazem circular a “moeda” corrente do ensino: os pontos – antes de dar “bom dia”, pede-se pontos!

A sociedade atual é reflexo da mudança de prioridades, ou seja, há uma nova valorização das coisas. Se o saber não é prioridade, os agentes do saber também não são! O motor das pessoas da contemporaneidade tem sido a vantagem, o jeitinho, quase hora nenhuma, o conhecimento. É comum ouvir os estudantes perguntando o porquê de estudarem. É fácil responder, mas o “nó na garganta” que surge no professor ao ouvir isto impede a resposta.

Não é só o professor institucionalizado que é professor; todas as pessoas, de alguma maneira, ensinam o que se deve e o que não se deve fazer.
Somos filhos de uma sociedade de “faltas”, e todas elas podem ser resumidas com a falta da educação. O ser humano só aprende a ser melhor (em todos os sentidos) se for ensinado. Ensina-se a ter bom caráter, bom senso, ter cuidado com as pessoas, respeito à vida humana, respeito à vida alheia, respeito com o meio em que se vive, e outros. É muito comum confundir conhecimento com dados acadêmicos, no entanto, quiséramos nós que todas as faltas sociais fossem apenas escassez de conhecimento acadêmico!

Podemos continuar com nosso individualismo, cada qual com sua “vidazinha”, esquecendo-se de ensinar e aprender com as pessoas, ou então podemos repensar nossas vidas, nossas perspectivas e sonhos, projeções de futuro, etc. Não existe sociedade sem educação, já que para se viver em comunidade é necessário seguir padrões institucionalizados, que podem ser respeitados pelo simples fato de se ter educação e consciência, ou porque a desobediência às regras gera conseqüências.

Se há pessoas de bem, conscientes, responsáveis, respeitadoras, sábias, educadas, a culpa é do professor! São assim porque tiveram professores – professores de vida, de mundo!
15 de outubro – dia do professor – que o valor dessa figura tão importante nas sociedades seja reconhecido, não apenas em um dia, mas que a gratidão pelo que se aprendeu seja latente.

segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Desencantados


Thiago Nascimento de Oliveira, graduando em Filosofia ISTA-BG-MG e Postulante da Ordem de Santo Agostinho
tcarmiolo@hotmail.com

Em nossos dias lidamos com a apatia cada vez mais evidente de nossos jovens para com a política nacional. Claro que esse não é um cenário exclusivo dos jovens brasileiros, porém gostaria de pensar um pouco exclusivamente neles.

Antes vamos retomar um pouco a definição do que é ser político. Ser político é viver na Polis (cidade), de forma ativa e tendo conhecimento de seus deveres, direitos e responsabilidades. Viver na Pólis e negar o ser político, é o mesmo que estar na chuva e negar estar molhado.

Aqueles que recordam os jovens dos anos 60 lutando contra a ditadura militar e a repressão militar, ou os jovens que foram às ruas nos anos 90 para reivindicar o impeachment do presidente Fernando Collor lembram com saudade a atuação política que a juventude empreendeu em prol dos valores que julgavam ser justos e nobres, mas com saudade não construímos o futuro.

Atualmente muitos dos que participaram de tais manifestos e reivindicações se encontram desiludidos e longe, muito longe de uma atuação política séria ou comprometida. E aqui está talvez uma chave para entendermos o descrédito político atual da nossa juventude: o descrédito na pessoa dos representantes políticos, que por sua vez não são em si mesmos a política.

Vivemos em um país no qual se tornou freqüente os escândalos de corrupção envolvendo nossos parlamentares, os quais nunca sofrem nenhum tipo de punição, muito pelo contrário são protegidos e realizam entre si a comunhão perfeita da malandragem bem organizada. Ora, como lutar com disposição em um jogo no qual já conhecemos de antemão o vencedor? Reacender a chama de uma nova geração comprometida significa reencontrarmos nosso próprio eixo norteador. Onde os mais velhos e experientes de um determinado grupo não são os primeiros a dar o bom exemplo, em quem vamos nos espelhar?

A juventude se debate hoje a procura daquilo que possa preencher sua carência de significados para o “ser jovem”. A cultura dominante nos grandes centros e mesmo nos lugares mais longínquos não contribui em nada na construção de um “ser politizado”. A moda vigente é a individualidade a qualquer custo e que arrasta milhões atrás de si. O que passa a importar não é mais a Polis (cidade) que me circunda, mas o que a mesma pode me oferecer. Não raro encontramos muitas crianças conscientes de muitos de seus direitos pessoais, porém desprovidos de qualquer idéia de deveres.

Note-se que essa não é uma exclusividade brasileira, nossos vizinhos latino-americanos passam por um processo similar, se não idêntico ao nosso. Na atual situação Hondurenha na qual o presidente é deposto, a imprensa calada e os manifestantes mortos, a imagem mais significativa publicada em nossos jornais é de uma anciã manifestando-se (D. Yolanda Chavarria, 80 anos) com uma fita adesiva na boca escrito: HONDURAS. Honduras não possui jovens? O mundo continua repleto deles, entretanto o compromisso, a formação consciente/política está a quilômetros deles. Em um país onde os “jeitinhos” resolvem e o “tudo posso” vigora, a auto-regulação e o bom senso se fazem desnecessários.

O que os mesmos sempre reivindicaram e conhecemos de cor é a celebre frase: Jovem também é gente! Gente que almeja, quer ser ouvida e reconhecida, sente-se eternamente em estado de juventude, mas que como todos nós, precisa de espaços e oportunidades para a construção de si mesmo e da sua atuação pessoal. O que não podemos esquecer é que o futuro começa a ser construído hoje com nossos filhos, netos, sobrinhos e todos os jovens que hoje se encontram desencantados com qualquer tipo de atuação política no Brasil.

domingo, 15 de novembro de 2009

Manifesto: que a justiça seja feita

O CNLB - Conselho Nacional do Laicato do Brasil vem expressar solidariedade a todas as pessoas que tem se dedicado à defesa da vida e à defesa da Amazônia.

Muitos já tiveram seu sangue derramado, marcando uma História de descaso e impunidade no Estado do Pará. O caso da irmã Dorothy Stang, se insere no conjunto de violências que nas últimas décadas vem se alastrando na Amazônia contra a floresta e os povos que nela habitam. Basta lembrarmos do assassinato de Pe. Josimo, Chico Mendes, massacre de Corumbiara, Eldorado e tantos outros, que ainda clamam por Justiça!

Não podemos nos acomodar, aceitar calados e conviver com as constantes ameaças de morte contra bispos, padres, lideranças populares, sindicalistas e indígenas. Não podemos aceitar que pessoas de bem se obriguem a andarem protegidos por policiais militares para não serem assassinados por pistoleiros a mando de madeireiros e fazendeiros.

Acreditamos na justiça. A fé em Cristo Redentor nos dá a certeza que ela reinará. Acreditamos que os protagonistas do trabalho escravo, do desmatamento e destruição da biodiversidade da Amazônia, os traficantes de seres humanos, os que promovem a exploração e o abuso sexual de meninos e meninas, os grileiros que expulsam os trabalhadores da terra, os que sub-jugam a vida em nome da riqueza, não calarão os Profetas da Amazônia.

O CNLB vem expressar o apoio e solidariedade a Dom Erwin que tem sofrido constantes ameaças e calúnias por aqueles que veem seus interesses ameaçados; a Dom Flávio que se mantém firme na defesa dos pequeninos e não recua diante da prepotência dos malfeitores; a Dom José Azcona, que no meio do povo pobre e humilde, povo esquecido, ergue sua voz denunciando verdadeiros atentados a vida; a todos os padres, religiosos(as) que comungam da vida dos pobres e excluídos e aos leigos e leigas que fazem parte da lista dos mais de 250 pessoas ameaçadas de morte por conta de seu testemunho de comunhão, dentre eles: Maria Raimunda, Indio Dada, Rosália, Maria Joel (esposa do Dezinho,assassinado em 2000 - Rondon do Pará), e a Irmã Henriqueta da CJP, que por sua postura no acompanhamento dos desdobramentos da CPI da pedofilia, e pelas denúncias encaminhadas ao Ministério Público em relação ao tráfico de seres humanos, vem sofrendo constantes ameaças de morte. Enfim, a todos e todas que por causa da missão do Reino, são perseguidos. Aos Profetas de hoje, Profetas da Amazônia, nos unimos em comunhão e na FÉ participamos da mesma CEIA.

Clamamos pela segurança pública, pelo fim da impunidade e reafirmamos o nosso compromisso pela VIDA e pela transformação da sociedade sem violência, sem exploração e exclusão social.

Participantes da XXVIII Assembléia Geral Ordinária do CNLB.

Teresina- PIAUI, 14 de Junho de 2009.


Fonte: cnbb.org

20 de outubro, o arco da consciência negra

Ronilson Lopes, graduando em Filosofia ISTA-MG e religioso pavoniano
lopespav@yahoo.com.br



No dia da consciência é bom ter consciência de que se deve usá-la todos os dias


Estamos nos aproximando mais uma vez de uma data muito importante, não só para os negros, afro-descendentes, mas para todo o Brasil, que historicamente, em muitos momentos, negou, ou não quis favorecer o diálogo democrático efetivo, visto que tolheu as possibilidades do exercício da cidadania, entendida aqui como o direito inalienável da participação no poder e nos bens da nação.
Porém, após uma longa caminhada, nos encontramos num cenário em que estas problemáticas, a saber, das discussões sócio-étnicas estão em pauta. Muitas lutas começam a ser concretizadas, o que tem ajudado o próprio povo negro a se assumir como o que realmente são em sua singularidade, ou seja, como negros, porém, como sujeitos de direitos e deveres. Das lutas referidas pode-se destacar o ensino da História da África nas escolas e ações que estão permitindo que jovens negros e pobres cheguem à faculdade.
Este quadro pode possibilitar um favorecimento de uma identidade, não só do povo negro, mas do Brasil, no sentido de que, este país foi constituído por diferentes povos, entre eles o negro. No entanto este, mesmo sendo em tão grande número, teve sua contribuição negada, ou pelo menos desconsiderada em sua significação.
É claro que este processo pode acarretar disputas, lutas. No entanto, é melhor do que fingir que elas não existem, sendo que existem. Todavia o objetivo não deve ser a cisão, mas antes, um reconhecimento do outro enquanto outro, do negro enquanto negro e ter a postura como enfatizou muitíssimo bem Dom Helder, se você pensa diferente de mim, você me enriquece, poderíamos parafraseá-lo dizendo: se você é o “não-eu”, me acrescente. E concluir categoricamente: em sabedoria e em graça.
Estamos de fronte a uma exigência ética e política, no fundo é a dificuldade que temos de nos reconhecer e de reconhecer o outro, e o medo mais forte é de admitir que este outro também tenha direitos da mesma forma que eu tenho, e se tem direitos eu devo abrir mão dos bens que é dele para que ele possa usufruir. O negro não está pedindo o que é do outro, apenas está querendo o que ele tem por direito, não só por ter sido injustiçado construindo este país e recebendo em troca a humilhação, mas por ser homem como todos os demais e sendo homem seus direitos estão garantidos constitucionalmente. Todos os homens são iguais, todos têm direito à educação, à saúde, à moradia e à vida digna, e a tantos outros direitos.
Este dia em que está marcado para se fazer uma reflexão sobre estas problemáticas é muito importante recordarmos o quanto é necessário termos consciência e, acima de tudo, nos lembrar de que devemos refletir todos os dias.

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

As circunstancias fazem os indivíduos tanto quanto estes fazem as circunstancias

Maria Angélica, graduanda em Filosofia ISTA-BH-MG


Seria impossível compreender os ideais revolucionários presentes nas décadas de 60 e 70 sem levar em conta toda a produção teórica dos universitários deste período. Estes, indignados com circunstâncias políticas e sociais – miséria, desigualdades, violência, humilhações – irromperam num sentimento generalizado de inconformismo e se engajaram em movimentos de resistência.

É preciso, no entanto, reconhecer a influência teórica que alimentava este sentimento de indignação como também o desejo de emancipação. Inúmeras pichações nos muros de Paris, Berlim e mundo afora faziam referência aos 3 “M” de 68 – Marx, Mao e Marcuse. Apenas um nome mereceu maior destaque neste período: Che Guevara ( 1928 / 1967 ). Mas qual foi sua influência? O que ele tinha a dizer naqueles anos de ditadura? Vamos pois à suas próprias palavras: “a maior ambição revolucionária é ver toda criatura libertada de sua alienação”. Fica claro que Che estava colocando em aberto a noção de liberdade, de emancipação e da própria razão. Mas pode a razão se vincular à lógica da revolução? E por que não, se é a razão crítica um pensamento que questiona, que indaga, que não se conforma com o óbvio?

É isto que incomodava Che. Em minha visão, ele está nesta frase fazendo alusão à consciência política necessária ante a ditadura do imperialismo americano. Creio que ele está lutando contra o que Nietzsche ( 1844 / 1900 ) chama de “animalização em rebanho – indivíduos transformados pelas instituições em pequenos, covardes e gulosos”.

Mas o que tudo isso tem a ver com pressuposto primeiro deste artigo que é uma reflexão filosófica? Ora, a filosofia lida com questões essenciais de nossa existência – qual o sentido da vida, qual a base da verdade... Diferentemente do que corre no senso comum onde a filosofia está distante do conhecimento prático por tratar de temas muito abstratos, esta suscita a atitude crítica, nos leva a recusar o conformismo presente no mundo cotidiano, não permite o cerceamento das idéias em uma única perspectiva, questiona os limites. O sentido da reflexão filosófica se volta exatamente para a vida prática dos indivíduos.

Se quisermos compreender uma atitude filosófica, basta pensarmos na Alegoria da Caverna ( Livro VII de A República, de Platão ) onde “quem se encanta de fato por um conhecimento que não se ‘com-forma’, tem a oportunidade de ser um indivíduo mais claro de si mesmo, menos domesticado por fatores externos, e num ato de liberdade, pode romper com o já estabelecido”.

Mas tudo isso até agora dito, tem um propósito definido. Voltando à juventude dos anos 60/70, que rejeitou a alienação e lutou pela liberdade, penso: em que estes jovens diferem dos de hoje? O que os jovens do séc.XXI tem a ver com as idéias do revolucionário Che? Que valores teriam suas idéias hoje?

Você pode argumentar que hoje já não cabem mais guerrilhas. Che acreditou na luta armada num momento de lutas armadas. Hoje vivemos numa época de regime democrático ( democracia em benefício de quem? ) e Che agiu de acordo com o que acreditou. Porém penso que mesmo vivendo em outros tempos, o perfil de resistência não pode ser esquecido para quem acredita em transformação social. Certa cientista política disse: “ Nós precisamos estar indignados”.

Assistindo ao filme “Batismo de sangue” e vendo o engajamento político dos dominicanos, daqueles religiosos tão jovens, me pergunto se mesmo a grande vitória da ditadura ter sido a despolitização da juventude, ela também tirou a sensibilidade de tal juventude? Frei Tito diz em seus momentos de angústia no exílio: “Sinto saudades de meu país, dei minha vida pelo meu povo e não suporto a saudade que sinto dele”. Dei minha vida pelo meu povo...

E a questão que suscito agora é: onde está o compromisso ideológico dos leitores deste artigo, mais especificamente, de nossa atual juventude, diante dos esquemas de benefícios imperialistas a que somos submetidos? Tem essa juventude memória política? O que é democracia do ponto de vista capitalista? Existe compromisso político com a democracia de nosso país?

Abre espaço aqui a noção filosófica de “liberdade, igualdade, fraternidade”. Nossa juventude foi criada num país que se diz democrático mas é desigual, convive com a miséria e a violência, tem em sua alma o preconceito. E é por isso que inspirada na máxima de Che, digo que “o maior ideal filosófico é ver toda criatura libertada de sua alienação”.

Sei que este artigo pode encontrar resistência, pois “estar alienado é uma opção”. Mas até quando vai

“dormir nossa juventude tão distraída

sem perceber que é subtraída

em tenebrosas transações...?”

Coisa publica

Neimar Vieira, graduando em Filosofia, ISTA - BH-MG. .


No dia 15 de novembro de 1889, no Rio de Janeiro, então capital do Império do Brasil aconteceu um golpe organizado por militares, ali se deu inicio a República Federativa do Brasil.

A palavra República de origem do latim “Res publica = coisa publica” é um regime no qual o povo escolhe seu governante no caso o Presidente, ou como feito ha poucos dias atrás, escolhe também seus representantes municipais. Esta escolha é feita pelo voto livre no qual o eleitor tem total consciência do que é a ciência política. Bom pelo menos deveria ter, mas observando as relações institucionais percebe-se que tal consciência não existe.

Política há alguns séculos atrás aproximadamente desde o século V aC. até o século XV dC., foi considerada uma arte, como os antigos e os clássicos diziam, “a arte de bem governar”. Contudo a partir da renascença esta arte se transformou numa ciência na qual a política se identifica com o jogo das relações sociais, algo que de certa maneira nos acompanha nos dias de hoje. Os jogos entre as pessoas, todas as relações desde as familiares até as mais altas instituições vivem jogando, analisando, elaborando estratégias para adquirirem o poder. Este que perdeu seu sentido quando o seu detentor não garante a sua realização em vista do todo, em vista de assegurar condições de vida para o seu povo, tudo aquilo que faz parte dos direitos dos cidadãos.

Desde a proclamação da Republica o Brasil passou por varias formas de governo, houve tempos em que nada era publico ao contrario de hoje no que diz respeito ao povo ter conhecimento do que acontece do Senado as prefeituras, afinal a mídia mantém todos informados, é claro que nem sempre esta é fiel aos acontecimentos, mas pelo menos deixa transparecer as grandes contradições dos “homens de colarinho branco”. Porém este povo parece não se interessar muito por mudanças. Alguns afirmam que não existe interesse da população por mudanças, pois a chamada crise ética afeta do mínimo ao máximo das relações humanas.

Bem se não existe vontade de mudanças de um povo viciado em contradições cabe a nova geração de cidadãos a “transvalorizar” os valores regentes e criar um novo Ethos (ética) no qual a coisa publica seja uma morada segura para todos. Para se construir uma casa que possa assegurar tal estrutura, o ser humano tem que ser o alicerce principal. Agora o jogo muda de representação, pois os detentores do poder terão consciência de que ele existe mesmo sem a sua pessoa e a Res publica toma forma de um bom governo.

Talvez seja uma utopia pensar assim, mas um país que já foi colônia enriquecendo europeus que garantiam a segurança da Metrópole em troca de madeira e ouro, um país que quando Império enchia os bolsos dos ingleses e da burguesia local e que hoje, como República esta a mercê do capital estrangeiro, da chamada economia global na qual quem fatura são as multinacionais e os grandes bancos não há nada de mal em sonhar com uma possibilidade de uma republica que faça da palavra algo vivo em nosso meio.

Resta esperar que estes jovens brasileiros despertem e quebrem os grilhões desta tradição corrupta manchada pela subordinação aos senhores do mundo e passe a criar seus próprios valores, mas para que isso possa vir a acontecer é necessário que a juventude tenha conhecimento do que é a política e de como as coisas funcionam neste país e que tenha muita disposição para reverter as situações vigentes na “coisa publica”, mesmo desacreditados da vida política devido ao excesso de corrupção instaurado nos grupos políticos é necessário uma tentativa para que as mudanças aconteçam, senão continuaremos a encher os cofres de muitas pessoas, desculpe, de algumas pessoas. Afinal como todos sabem, é uma minoria os privilegiados neste país chamado de República Federativa do Brasil.

terça-feira, 27 de outubro de 2009

Os meios de comunicação não resolvem os problemas sociais: Marques de Melo

Quito, Equador (MUTICOM) .

Os meios de comunicação não têm a capacidade de resolver os problemas sociais, “mas podem ser úteis na mobilização”, diz o jornalista brasileiro e professor José Marques de Melo, ao comentar sobre a contribuição que a mídia pode promover para uma cultura de paz e solidariedade, que é o tema central do Mutirão América Latina e Caribe, que acontecerá de 3 a 7 de fevereiro de 2010, em Porto Alegre, Brasil.

Em um diálogo com OCLACC, o professor e pesquisador salienta a urgência de melhorar os sistemas educacionais dos nossos países para mudar a situação de pobreza e exclusão que vivemos. As mudanças, diz ele, “dependem de todos, do governo, suas instituições, igrejas, organizações e da sociedade civil”, porque todos nós temos uma dívida com a sociedade.

Para Marques de Melo, “se não há educação sistemática de boa qualidade, as pessoas não vão exigir algo mais do que a mídia oferece”. Segundo insiste, “a chave está na formação de quem maneja a mídia, dos profissionais. Muitas vezes esse é um capítulo deixado de lado. Por exemplo, muitos institutos e algumas universidades católicas têm seus cursos de comunicação, no entanto, os profissionais saem das instituições dando-nos a impressão que não saíram de um espaço católico”, pontualiza.

O “problema da falta de apoio da universidade em promover mudanças e uma cultura de solidariedade não é somente das universidades católicas. Tambémas públicas, as particulares e as privadas devem ter esta preocupação de promover a mudança, a solidariedade. Contudo, insisto, isso passa pela formação dos profissionais, com uma sólida formação ética, porque todo profissional deve ter uma formação humanista que seja capaz de atuar concretamente em qualquer espaço da sociedade “, reitera Marques de Melo.

Sua longa trajetória no exercício profissional do jornalismo, a docência e a pesquisa em comunicação lhe dá autoridade e convicção para enfatizar que a comunicação deve ser entendida como um processo, e que não se limita aos meios ou “como lidar com a mídia”. “A comunicação é um processo muito amplo que envolve o consumo dos meios de comunicação na família, nas comunidades e muitas vezes não há um entendimento dessa dimensão extra comunicacional, porque não há um trabalho de articulação da produção de mídia”.

Marques de Melo dúvida e lamenta que a mídia comercial tenha pouca vontade política e não assumam compromisso público para envolverem-se neste processo de mudança social, porque “em sua grande maioria são meios de comunicação capitalista primitivos” e que “o que interessa a alguns meios é atender fundamentalmente seu mercado preferencial”.

O professor brasileiro se mostra confiante nas mudanças que podem ser alcançadas ao se privilegiar a formação das novas gerações de profissionais, mas adverte que “as novas gerações estão hoje em dia mais preocupadas com a tecnologia do que com conteúdos, e lhes faz falta essa visão utópica “.

José Marques de Melo foi nomeado “Comunicador da Paz de 2009″, um prêmio concedido pela Organização Católica Latino-Americana e Caribenha de Comunicação OCLACC, que será entregue na noite de 5 de fevereiro de 2010, no marco do Mutirão Latino-americano e Caribenho de Comunicação, que acontecerá de 3 a 7 de fevereiro, na Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, Brasil.

Fonte: http://muticom.org/blog/

O nosso dia nacional da juventude


Luis H. M. Leite, graduando em Filosofia ISTA-BG-MG e postulante da Ordem de Santo Agostinho

luishernandes@pop.com.br

O papa Bento XVI disse, referindo-se aos jovens, que “os anos que vós estais vivendo são os anos que preparam o vosso futuro. O ‘amanhã’ depende muito de como estais vivendo o ‘hoje’ da juventude”.(Encontro com os Jovens, Pacaembu, São Paulo, 10 de maio de 2007) Iluminados, então, por essas palavras os jovens brasileiros prosseguem com mais vigor a luta por um futuro de vida para todos.

Desde 1986 a Pastoral da Juventude dedica um dia para a juventude, assim sendo, o Dia Nacional da Juventude – DNJ motiva uma profunda reflexão sobre os temas sociais e a ação dos jovens, em todo território nacional.

Neste ano o tema abordado é Contra o extermínio da juventude, na luta pela vida; e está em consonância com a Campanha da Fraternidade – desenvolvida durante a quaresma – que tratou sobre a questão da segurança pública. Além do tema, o DNJ conta com um lema, que geralmente se torna um grito de guerra nos encontros. Ele é Juventude em marcha contra a violência.

Como preparação ao DNJ as dioceses são chamadas a discutir algumas temáticas, como Juventude e Exclusão Social, Redução da Maioridade Penal, e Jovens: Construtores da Paz e da Justiça. E por fim, realizar uma celebração que marque a caminhada da juventude organizada e comprometida com o seu futuro e com a realidade social.

As temáticas propostas visam uma discussão sobre questões que envolvem diretamente os jovens, desde os problemas que os segregam às atitudes que favorecem uma cultura de paz. A atuação de jovens críticos e conscientes da conjuntura brasileira conduz a uma intervenção direta nas causas da violência.

Ainda na Campanha da Fraternidade, a Igreja no Brasil viu a necessidade de promover um diálogo que capacite o povo a reconhecer a violência na sua realidade pessoal e social, bem como a denunciar a gravidade dos crimes contra a ética, a economia, gestões públicas, e as injustiças presentes nos institutos de prisão especial, do foro privilegiado para políticos, e da imunidade parlamentar contra crimes comuns. Nessa mesma linha, os jovens são convidados a um debate sobre a diminuição da maioridade penal e suas consequências, bem como sobre as ocasiões que levam ao extermínio da juventude, tanto no que se refere à falta de oportunidades, quanto à vitimação através de atos violentos.

Este debate está em harmonia com a denuncia do modelo punitivo que predomina no sistema penal brasileiro. A proposta da Igreja é que se fortaleçam as ações educativas, penas alternativas, e a aplicação da justiça restaurativa.

Por isso, os jovens despertam-se numa marcha contra a violência e a impunidade, e decidem-se a viver de tal forma que garantam um futuro digno a si e a todos. O hoje da juventude deve ser garantia de um amanhã pautado na segurança, na paz, na justiça, e nas políticas de inclusão.

O DNJ 2009 que acontecerá no último fim de semana de outubro é uma ocasião propícia para a mobilização das dioceses e paróquias promovendo um agir solidário. As palavras do Apóstolo Paulo ao jovem Timóteo, também são um convite para a juventude do século XXI não se acomodar e fazer-se presente nas discussões da vida pública e tornar-se exemplo sem temer o desprezo. A Igreja Católica, através do DNJ e da atuação das suas pastorais quer valorizar o jovem, já que segundo o Apóstolo: “Ninguém te despreze por seres jovem. Ao contrário, torna-te modelo para os fiéis, no modo de falar e de viver, na caridade, na fé, na castidade”( I Tim 4,12)

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Aparecida espera jovens do Brasil na Jornada Nacional da Juventude

APARECIDA, domingo, 18 de outubro de 2009

O Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida prepara-se para acolher milhares de jovens no dia 1 de novembro, na Jornada Nacional da Juventude.O encontro, que tem como tema "Jovens em Missão", contará com palestra, shows e reflexão. Espera-se a participação de pelo menos 15 mil jovens.
A mobilização está sendo feita por Dom Antonio Carlos Altieri, bispo de Caraguatatuba (São Paulo) e pelo reitor do Santuário, Padre Darci Nicioli.
Dom Altieri e pe. Nicioli, em mensagem aos jovens, os convidam a "que se façam presentes e representem todos aqueles que não puderem participar desse momento significativo de Fé e de Amor filial à Mãe de Deus e nossa".
Segundo os responsáveis, os grupos juvenis que nascem e crescem pela intervenção Maria "somente se atualizarão e se tornarão fecundos na medida em que Ela, a Mãe da Igreja, voltar a ocupar o lugar que lhe corresponde no nosso coração de filhos desejosos de sermos sinais e portadores do Amor de Deus aos que mais precisam".
A programação do dia 1 de novembro inicia com uma concentração no Santuário, às 9h, seguida de palestra. Às 11h15, haverá a missa presidida pelo arcebispo de Aparecida, Dom Raymundo Damasceno Assis. Às 14h, show com Família Lima e Padre Fábio de Melo.




Fonte: Zenit.

sábado, 10 de outubro de 2009

É culpa do Professor!

Raquel Ferreira de Souza
Graduada em Letras (PUCMINAS); pós graduada em Arteterapia em Educação (UCAM/RJ) e Gestão de Negócios (UNOPAR/PR) e Mestranda em Filosofia (FAJE/BH)
professoraraquelsouza@yahoo.com.br

Uma figura, atualmente, desvalorizada pela sociedade é a do professor. Questão contraditória, visto que é só por existir pessoas que disponibilizam ao ensino, que estamos aqui (eu, escrevendo por hora; você, daqui a pouco, lendo).
Definitivamente, o que motiva o professor a exercer tal profissão não é o salário, tampouco os estudantes, que – cada vez mais – fazem circular a “moeda” corrente do ensino: os pontos – antes de dar “bom dia”, pede-se pontos!
A sociedade atual é reflexo da mudança de prioridades, ou seja, há uma nova valorização das coisas. Se o saber não é prioridade, os agentes do saber também não são! O motor das pessoas da contemporaneidade tem sido a vantagem, o jeitinho, quase hora nenhuma, o conhecimento. É comum ouvir os estudantes perguntando o porquê de estudarem. É fácil responder, mas o “nó na garganta” que surge no professor ao ouvir isto impede a resposta.
Não é só o professor institucionalizado que é professor; todas as pessoas, de alguma maneira, ensinam o que se deve e o que não se deve fazer.
Somos filhos de uma sociedade de “faltas”, e todas elas podem ser resumidas com a falta da educação. O ser humano só aprende a ser melhor (em todos os sentidos) se for ensinado. Ensina-se a ter bom caráter, bom senso, ter cuidado com as pessoas, respeito à vida humana, respeito à vida alheia, respeito com o meio em que se vive, e outros. É muito comum confundir conhecimento com dados acadêmicos, no entanto, quiséramos nós que todas as faltas sociais fossem apenas escassez de conhecimento acadêmico!
Podemos continuar com nosso individualismo, cada qual com sua “vidazinha”, esquecendo-se de ensinar e aprender com as pessoas, ou então podemos repensar nossas vidas, nossas perspectivas e sonhos, projeções de futuro, etc. Não existe sociedade sem educação, já que para se viver em comunidade é necessário seguir padrões institucionalizados, que podem ser respeitados pelo simples fato de se ter educação e consciência, ou porque a desobediência às regras gera conseqüências.
Se há pessoas de bem, conscientes, responsáveis, respeitadoras, sábias, educadas, a culpa é do professor! São assim porque tiveram professores – professores de vida, de mundo!
15 de outubro – dia do professor – que o valor dessa figura tão importante nas sociedades seja reconhecido, não apenas em um dia, mas que a gratidão pelo que se aprendeu seja latente.

Juventude e Missão

Gedeir V. Gonçalves, Postulante SDN e graduando em Filosofia, BH-MG.


Estamos vivenciando o mês de Outubro, tempo propício para falarmos de Missão. Missão? Qual? Como? Para quê? Para respondermos a estas perguntas, precisaremos fazer um grande percurso: retornar ao passado, enxergar o presente e projetar o nosso futuro.
Somos jovens, não importa nossa idade, mas sim o nosso Espírito. Somos jovens que buscam e lutam pelo sentido da vida. Quando nascemos, nos tornarmos parte de um ambiente político-social-religioso, institucionalizado ao longo de várias gerações. Em uma visão especifica da religião: a partir do momento em que nascemos e passamos a fazer parte da Igreja (viva) de Cristo, marcado pela realização do nosso Batismo, somos chamados a abraçar o projeto de anúncio do Reino de Deus, que se encontra em continua construção. Somos chamados a sermos continuadores da realização da Missão inaugurada em Jesus Cristo.
Jesus Cristo em seu período histórico realizava sua Missão, com sua humildade e simplicidade, deixando tudo que tinha ou possuía para trás: casa, cultura, posição social e riquezas. Para se tornar livre, desapegado de tudo que fazia parte de bens materiais, para obter uma plena vida de anúncio da boa nova do Reino. Mas sua Missão não era simplesmente falar e mostrar a misericórdia de Deus, mas sim queria anunciar também a justiça, a igualdade social, os direitos humanos, o amor, a solidariedade, a vida, etc. Cristo anunciava fatores que tomados como modelo de vida, poderiam se tornar meios para a construção do Reino de Deus. É bom ressaltarmos também que Jesus Cristo trabalhava diretamente com os mais necessitados e carentes daquela realidade social.
O melhor exemplo de Missão que temos em nossa vida é Jesus Cristo, e como havia dito inicialmente, pelo Batismo somos chamados a darmos continuidade à sua missão. Hoje vivemos diante de tanta injustiça social, onde a humanidade, quase toda, não possui direito algum, é injuriada, sofre todos os tipos de preconceitos possíveis e acima de tudo não possuem direito a uma vida digna. Essa é a nossa realidade, e como Jesus Cristo, somos chamados a sermos missionários diante desses fatores sociais.
Como cristãos, devemos nos sensibilizar diante de tanta miséria! Cabe a nós, darmos nossa contribuição na construção de novos caminhos, sendo verdadeiros profetas, anunciando que um novo mundo é possível. As modificações necessárias não começam pelo extraordinário, visando fama e sucesso, mas sim deve se iniciar com nossa disponibilidade e amor ao Reino, levando em consideração os nossos potenciais humanos. A partir do momento em que cada um de nós, em sua simplicidade se esforce pela modificação de sua realidade, a mudança que sonhamos para o mundo começa a se concretizar. Com nossos pequenos gestos é que mostramos ao mundo que uma nova história é possível!
Que este mês de outubro, nos ajude a retomar o sentido de nossas vidas, e com mais firmeza possamos abraçar o projeto continuando a missão de Cristo de propagar o Reino dos Céus, levando a palavra do Divino Mestre a todos os corações humanos, possibilitando justiça social e direito à vida e à dignidade para todos os filhos e filhas de Deus. Somos todos missionários, chamados ao serviço na vinha do Senhor! Com essa certeza, podemos buscar novos meios de vida para toda a humanidade, sendo fiéis ao projeto do Pai.

terça-feira, 29 de setembro de 2009

MEIOS DE COMUNICAÇÃO E JUVENTUDE, PARCEIROS QUE DERAM CERTO

Pe. João Lúcio Gomes Benfica, SDN

O jovem é um divisor de sonhos. Um “quebrador” de regras. Um sonhador diferente. Ele sempre se demonstra ansioso por coisas atraentes. O novo encontra no jovem um espaço de existência e ressonância. Não falta a ele coragem, disposição e tempo para abraçar uma coisa interessante, diferente. Os movimentos juvenis em favor da nova ordem política mudaram o sistema de eleição no país. A criatividade e a modernização dos equipamentos eletrônicos atingiram o jovem de cheio. O eletrônico ganhou a juventude, mudou seus hábitos!
Os meios de comunicação ficaram mais animados. Manusear um aparelho eletrônico é excitante, dá prazer. A mudança de tela e a movimentação rápida de imagens proporcionam à pessoa um sentimento de poder e saber. É curioso! Quanto mais a pessoa procura novidades, mais quer encontrá-las. Isto segura uma pessoa horas e horas diante de uma boa mídia. A faz esquecer do tempo, das coisas a fazer...
O mundo e as pessoas ficaram mais perto entre si, sem saírem de seus lugares. A distância é uma questão somente geográfica.
Aproveitar esse meio eletrônico para enviar uma mensagem capaz de construir é tarefa primordial de quem acredita em Deus; quando Jesus disse, ao final do evangelho de Mateus, “Ide e anunciai o evangelho até os confins da terra...” (Mt 28,19s), certamente, ele estava dizendo que seria necessário anunciar o evangelho por todos os meios ao alcance dos discípulos. Como ir até aos confins da terra sem se servir hoje dos meios de comunicação? A Igreja Católica em cada ambiente, cidade e lugarejo onde se encontra precisa usar os meios de comunicação existente e anunciar por eles o evangelho, a Boa Nova de Jesus Cristo!
Sem dúvida, há preocupações nesse movimento, neste novo modo de anunciar a Palavra de DEUS.
Uma mistura de estaticidade e mobilidade dispersam o jovem do seu habitat real para uma realidade virtual. Neste contexto, como evangelizar os jovens?
Aproveitar os meios tecnológicos avançados e hospedar um conteúdo catequético disponível ao jovem deve ser a preocupação da igreja hoje. Para isto, é necessário investir numa boa equipe de produção que cuide da produção mesmo, do conteúdo e da sua forma de apresentação. Pois não basta só depositar um punhado de conteúdo evangelizador que vai interessar o jovem. É preciso uma forma dinâmica de apresentação que seja atraente.
Os meios de comunicação mudaram o comportamento das pessoas e os jovens são os principais sujeitos dessa mudança. A Igreja deve encontrar nos meios de comunicação uma das suas formas de evangelizar.
Eu acredito que a mídia, sobretudo a internet, é um novo espaço de missão para os grupos de jovens. Poderíamos chamar de, um espaço para a PJnet, Pastoral da Juventude da internet. Uma novidade pouco explorada ainda. O jovem internauta pode fazer uma experiência de encontro com Jesus Cristo através da mídia, sem perder a dimensão sagrada desse encontro. Isto exige um zelo pastoral dos monitores/catequistas desse meio. Uma boa mensagem cristã colocada à disposição dos jovens os ajudará a cultivar uma mentalidade cristã e um autêntico comportamento de cristão. Ainda, promoverá o jovem para uma convivência fraterna. Ele poderá ser um missionário, repassando as mensagens evangelizadoras à sua comunidade virtual, gerando uma rede de jovens discípulos e evangelizadores, como propõe o documento de Aparecida.
A utilização planejada de mídias como rádio, televisão, celular (Torpedo e SMS) e internet na evangelização podem tornar as ações da Igreja em favor dos jovens, mais eficientes. O importante não é a simples criação de novas tecnologias, mas sim como cada uma pode contribuir para a formação humana e cristã da pessoa. A evangelização hoje pode ser disponibilizada de várias formas, através de rádios, revistas, jornais, internet, TV, TV a cabo, etc., e vai atingir o coração dos jovens que estão nesses meios.
A internet está explodindo como a mídia mais promissora desde a implantação da televisão. É a mídia mais aberta, descentralizada, popular e, por isso mesmo, mais ameaçadora para os grupos políticos e econômicos hegemônicos. A Igreja não pode ficar distante desse meio. Precisa fazer da mídia seu novo campo missionário. A juventude está na mídia e é ali que a igreja vai encontrar a maioria dos jovens e adolescentes.
Uma das expressões claras de democratização digital se manifesta na possibilidade de acesso à internet e em dominar o instrumental teórico para explorar todas as suas potencialidades. O jovem sabe disto e muitos já formaram suas comunidades de relacionamento. O desafio agora, para a Igreja, é oferecer conteúdo evangelizador e atraente que mostra o verdadeiro rosto e missão de Jesus Cristo como nosso Salvador e que possa ser repassado na rede para os jovens e pelos jovens. “Jovens evangelizando jovens” como discípulos e missionários de Jesus cristo, através dos meios de comunicação.

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Juventude e Educação

Maílson de Almeida OFM, graduando em Filosofia – BH-MG.
girumadofm@yahoo.com.br

Parece ser do conhecimento de todos, o quanto a realidade social brasileira está marcada pela exclusão, gasta pela miséria, fraturada pela concentração de riquezas, escravizada pela tecnocracia, desesperançada pelo desemprego, imobilizada pelo poder econômico.
Avaliando este cenário social de tantos desencontros que se fortalece a idéia de que não haverá equilíbrio social possível, não haverá distribuição de renda viável, não haverá dignidade humana palpável, não haverá democracia estável e nem desenvolvimento que seja sustentável fora do âmbito educacional.
Sob esse aspecto, a juventude tem um papel de suma importância a cumprir: de ser protagonista na educação. Alguém já se perguntou que tipo de educação nossos jovens estão tendo? Será a educação do acomodado, da resignação, da rotina, do descompromisso? Ou da reflexão, da ética, da afirmação, do agir, do fazer?
Pois é, segundo pesquisas a juventude brasileira está cada vez mais distante de uma educação de qualidade, de uma educação prioritária. Muitos fatores levam a isso, como por exemplo, o de ordem social. A pobreza é o fator que obriga os jovens a ingressar precocemente no mercado de trabalho, afastando-o da escola. Alguns ainda tentam conciliar o horário escolar com as atividades profissionais e acabam sobrecarregados com a grande responsabilidade. A maioria dos jovens que se encontram nessa situação, trabalha em período integral e reserva o horário noturno para os estudos.
Isso mostra que, no Brasil, a possibilidade de que a educação seja um instrumento para atingir níveis mais elevados de desenvolvimento econômico e bem-estar social, está seriamente comprometida.
Não percamos a esperança, e nesse sentido é fundamental que os segmentos sociais de vanguarda entre os quais a Universidade assume papel de natural relevância, pressionem para que a retórica de uma Educação importante ceda espaço para uma Educação que atinja todos.
Portanto, a juventude brasileira não deve ser vista apenas como máquinas para o mercado de trabalho, muitas vezes tecnicista, mas como modelo na construção de uma nova sociedade.

Um buraco no telhado da casa

Edimar Antônio, postulante SDN e graduando em filosofia BH.- MG.
edimarsdn@yahoo.com.br

No dia 16 de setembro comemora-se o dia Internacional de Proteção à Camada de Ozônio. Essa data foi concebida em decorrência de pesquisas e estudos realizados na década de 1970, quando constatou-se a diminuição considerável do gás ozônio presente na atmosfera, o que propiciou uma maior incidência de raios ultravioletas na Terra. Tal fenômeno tornou-se responsável por doenças, inclusive cancerígenas, e crises na produção agrícola.
A camada de ozônio é uma espécie de proteção natural que envolve o nosso planeta, preservando-nos dos raios solares de intensidade mais elevada. Devido, no entanto, ao constante lançamento de gás carbônico e CFCs (clorofluorcarbonos) no espaço, emitido por veículos e indústrias, esta camada foi sendo corroída até formar um buraco assustador, visível em fotos de satélites, conhecida por “buraco negro”, por onde passam raios nocivos à saúde humana e que ameaça a vida. Espalhou-se, por sua causa, pouco rendimento nas regiões agrícolas e doenças como a catarata, a depressão do sistema imunológico e, especialmente, o câncer de pele, doença das que mais matam em todo o mundo atualmente.
A comemoração desta data é pensada como meio de debates, reflexões e atitudes a serem tomadas frente à crescente destruição, em cuja raiz está o próprio homem contra si mesmo e ao seu habitat. Todos os anos a Secretaria de Estado do Meio Ambiente (SMA) realiza seminários para discutir essa temática, buscando a conscientização de todos, tão necessária, revendo a nossa contribuição ambiental para a diminuição do buraco na camada de ozônio. Como gesto concreto, as empresas privadas são advertidas e orientadas no sentido de não se utilizarem de gases destrutivos como os CFCs, liberados pelos sistemas de refrigeração industrial.
Os debates, acompanhados de compromissos feitos, têm rendido bons resultados e projeções animadoras. Porém, como os gases liberados demoram cerca de 15 anos para chegar à camada de ozônio, muitos erros do passado serão sentidos, literalmente, na pele, pelos próximos anos.
A contribuição que se espera de nós para essa data e a partir dela, diz respeito a um novo olhar lançado ao mundo, em vista da nossa escolha incondicional pela vida. Se entendemos a Camada de Ozônio como um “escudo” de proteção contra os raios nocivos ao ecossistema, devemos lutar para preservá-la. Colocar-se em posição de defesa pela vida não é fácil, já que depende das convicções que nos retiram do comodismo e nos colocam em situação de conscientização e revolução, uma vez concebidos interiormente tais agentes de mudança, sem os quais não pode haver luta.
Em linhas gerais, o ato de lutar pressupõe o interesse, a predisposição, o diálogo e a partilha de idéias referentes a esta questão: como agir frente à emissão de gases poluentes para contribuir com um planeta mais saudável? Dificilmente uma tarefa dessa dimensão poderá obter respostas práticas e satisfatórias sem uma devida participação coletiva e processual. Isso significa que todo o esforço para o problema deve se dar pelo incentivo sócio-comunitário, pela interação de famílias e grupos associados, pautando-se pela questão ambiental. Além de se tornar essa luta não apenas um compromisso de cidadania ou um problema a mais a ser resolvido, tratamo-la, como um novo jeito de ser, um modo como estabelecemos o nosso proceder.
Concluindo essas reflexões, tomo a liberdade de ilustrar aos leitores uma imagem bastante simples, mas que aqui interessa e creio ser válida. Imaginemos que a nossa casa está sendo destruída aos poucos, como se estivéssemos liberando fumaças, durante anos seguidos, contra o telhado frágil e que não pode ser reformado devido à estrutura complexa da casa. Evidente que a causa dessa fumaça deva ser por boa intenção, como um churrasco entre amigos. Porém, será mesmo interessante realizar um bem supérfluo e momentâneo (um churrasco), a desprezar um bem vital e duradouro (a proteção da casa)? Por que então não procurar outro ambiente para tais diversões que não prejudiquem a moradia que se possui?
Para a realização de nossas atividades, façamos o uso de novas alternativas que sejam ecologicamente corretas. Esse é um compromisso de todos nós!

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Grito dos Excluídos 2009: o som das vozes esquecidas do novo mundo

Elias Soares, graduando em Filosofia e Postulante SDN, BH-MG.

O grito define-se como um conjunto de manifestações realizadas no Dia da Pátria, 7 de setembro, chamando a atenção da sociedade para as condições de crescente exclusão social na sociedade brasileira. Este ano será realizado o 14ª Grito dos Excluídos, cujo lema é “Vida em primeiro lugar, direitos e participação popular”. Trata-se de uma manifestação repleta de simbolismo e intensa participação dos mais diversos grupos sociais, revelando a face dos sofredores de nossa sociedade, e daqueles que acreditam no potencial humano de construir uma sociedade mais humana. A agitação não deixa de ser parte integrante, bem como o ar de denúncia e abertura às diversidades, sejam elas religiosas, sociais, juventudes e pessoas não ligadas a nenhuma instituição, senão à própria causa da humanidade e dignidade do excluído. O movimento constitui-se de diversas atividades: atos públicos, romarias, celebrações especiais, seminários e cursos de reflexão, blocos na rua, caminhadas, teatro, música, dança, feiras de economia solidária, acampamentos em todo o território brasileiro.
O grito dos excluídos, em seu aspecto de denúncia, tem por missão trazer à tona as perversidades do modelo econômico e político atual que centraliza a riqueza nas mãos de alguns e condena milhões a uma vida desumana, deixada à margem da sociedade sem vez nem voz, e vivendo à própria sorte, às migalhas. Estas, oferecidas graças a interesses políticos que usam do assistencialismo para alcançar a aprovação daqueles que as recebem e, assim, se perpetuarem no poder. Claro que há muitas pessoas bem intencionadas neste grupo dos que ajudam os excluídos a terem uma vida mais digna, através de ONGs e outras organizações. Contudo não podemos levar gato por lebre. É preciso identificar e tomar as posturas necessárias diante daqueles que fazem do serviço social e atendimento aos excluídos, usando os que sofrem e suas necessidades, como mero trampolim para atender seus interesses. É nesse contexto que se fortalece e se legitima a voz daqueles que denunciam tal realidade, trazendo à sociedade a lembrança da responsabilidade de todos na construção de um mundo melhor. Outro sentido do grito é trazer a público, nas ruas e praças, e todos os lugares, o rosto desfigurado dos grupos excluídos, vítimas do desemprego, da miséria, da fome.
Quantos irmãos, jovens com sua idade, amigo leitor, não está neste momento se drogando, procurando desesperadamente uma forma de sobreviver neste sistema? Muitas vezes condenamos a droga ou a violência em decorrência de assaltos e tantas outras maneiras de praticá-la, como nos lembrou o texto base da Campanha da Fraternidade deste ano, mas nos esquecemos das motivações que levou jovens de bem a se enveredar por tal caminho. Claro, não se trata de justificar a violência, mas de identificar e transformar suas causas. Estes jovens também são perversamente excluídos e o pior é que muitas vezes sequer dão conta de que o são, quanto mais tomar alguma decisão para mudar a própria situação.
Neste sentido, chegamos ao terceiro e último sentido do grito: apontar caminhos e alternativas sadias ao modelo econômico neoliberal, de forma a desenvolver uma política de inclusão social, com a participação ampla de todos/as os cidadãos/ãs que participaram, mesmo que passivamente da criação deste, e o sustentam. E aqui não adianta fugir dizendo que não faz coisa alguma para contribuir com este sistema, pois até a indiferença é uma contribuição, pois deixa ainda mais livre e fácil o caminho daqueles que desejam explorar das mais diversas formas e cada vez mais, aqueles que tanto sofrem, visando o lucro, nada mais.
Todas as juventudes brasileiras têm encontrado no grito espaço aberto e propício à manifestação de nossas inquietações e dores, cuja profundidade passa despercebida ao olhar da maior parte da sociedade. Resultado disso é o crescente número dos excluídos vivendo sub-humanamente nas ruas e praças brasileiras. Nestes locais também encontramos com cada vez mais freqüência o rosto juvenil despersonificado, pela dor que lhe é imposta pelo sofrimento, a solidão, as conseqüências das drogas, a violência da rua,... Portanto, você amigo leitor, jovem companheiro de caminhada nesta geração que vivenciamos juntos. Se você se identifica com a proposta social transformadora do Grito, junte se a nós e siga em frente, vá lá! Força e coragem! Esta é a oportunidade de mostrar ao mundo teu rosto e construir uma sociedade segundo os valores do Evangelho, os únicos capazes de promover realmente vida em abundância a todos. Um mundo em que as oportunidades sejam iguais para todos, sem perder de vista as necessidades e diferentes possibilidades de acesso a estas oportunidades.
Se você não se identifica, calma! Tente abrir mão de suas reservas por um instante, procure conhecer melhor as pessoas e realidades que alimenta este movimento, sem se deixar levar pelos preconceitos dos que querem o fim destas manifestações. Procure adentrar nesta realidade e ver, na sua escola, bairro, comunidade, como se engajar, descobrir o que você pode fazer para que pessoas, hoje excluídas do direito mínimo de uma vida digna, tenham preservado este direito, como você o tem. No mais, um grande abraço e muita paz e coragem na caminhada diária da vida!

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Universidade no Rio de Janeiro acolherá Congresso de Bioética

em 02/09/2009

Acontecerá na Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), de 18 a 20 deste mês, um Congresso de Bioética, com o tema “Demografia e Segurança Pública”, organizado pela Comissão de Bioética da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).

De acordo com os organizadores do Congresso, o objetivo do evento é despertar a consciência da composição sócio-demográ­fica da população e também a partir da dinâmica em “educar para a vida em fraternidade, justiça e amor, exigência central do Evangelho”.
Outras informações poderão ser obtidas no seguinte endereço eletrônico: (www.cnpf.org.br).
Fonte: CNBB

Mestre, onde moras?Venham, e vocês verão!

Frt. Rodrigo Ferreira da Costa, SDN
rodrigolajinha@ yahoo.com.br

Quem procura encontra. Para quem bate, a Porta será aberta. Aproveitem enquanto o Senhor está perto e se deixa encontrar. (cf. Is 55, 6). O horizonte humano é uma longa trajetória que fazemos, na maioria das vezes, por vias escuras, sinuosas... É uma viagem nas asas da história marcada com freqüência de novidades inesperadas. A única certeza que nos assegura é “a esperança de sermos amados, perdoados e esperados por um Amor sem limites”. (Bento XVI).
Os discípulos de João Batista, encantados com as palavras que ouviram acerca de Jesus, saem à procura daquele Homem que revelava algo de diferente. A paixão destes discípulos por Jesus é tão forte que eles o seguem sem nem mesmo saber quem realmente era este homem. Os jovens, quando atraídos por uma paixão semelhante, são capazes de deixar tudo para realizar o seu anseio, sua paixão.
Nota-se que na dinâmica do seguimento a Jesus Cristo somos despertados por uma grande paixão. É, pois, atraídos pela pessoa de Jesus, seduzidos por seu Amor sem limites, que saímos a procurar o Mestre dos mestres. Ademais, a experiência de que Deus nos ama em Jesus Cristo é tão singular e evidente que nos deixamos possuir por este amor e a ele respondemos com a doação total de nossa vida. Este é o sentido maior da vocação cristã.
Com o seu jeito criativo, questionador, curioso, sedento do novo... o jovem é capaz de fazer opções radicais, desde que esta dê sentido à sua existência. E, como nos revela o apóstolo Pedro, “Cristo é a razão da nossa esperança” (1 Pd 3, 15). Somente Ele poderá dar o verdadeiro sentido à existência humana. Haja visto que é o próprio Cristo que nos chama para conhecer a sua morada (projeto), ouvir a sua Palavra de salvação e permanecer com Ele participando da sua missão. O que é que vocês estão procurando?Mestre, onde moras?Venham, e vocês verão. (cf. Jo 1, 39).
Na América Latina, diferentemente da Europa, a maioria da população está formada por jovens. Assim, cabe-lhes a vocação de serem amigos de Cristo, vanguardas de um novo amanhã, artífices da cultura paz e do amor. Contemplando o mistério Pascal de Cristo, celebrado em cada Eucaristia, somos interpelados pelo próprio Deus a fazermos da nossa vida uma “oferenda perfeita” pela salvação do mundo. É, portanto, diante do ALTAR que compreendemos a beleza da nossa vocação: vida doada, existência para os outros.
A adesão a Jesus é, ante de tudo, fruto de uma atração, de uma experiência de sentir-se cativado, amado, apaixonado pelo Mestre e a sua mensagem. O que está em evidência, no itinerário vocacional, é o “estar com o Amado, único bem necessário” (Lc 10, 42) e, se para estar-com-Ele exige sacrifício, renúncias, isso não será empecilho. Pois experiência de gratidão vivida ao lado de Jesus, leva-nos a perceber que a Pérola que encontramos (Jesus e seu projeto de vida) é de tanto valor que tudo mais se torna secundário. (cf. Mt 13,44-46).
Observa-se que a experiência do amor gratuito do Senhor que, entrando em nossa vida, olhou-nos e nos amou e depois nos chamou e nos disse: “segui-me” (cf. Mc 10,21) é a raiz de toda vocação. Mergulhando, pois, no mistério profundo da nossa fé [Eucaristia] podemos compreender o sentido maior de doar-se a si mesmo em prol do Reino de Deus. Aquele que nos chamou é fiel e nos amou antes de tudo. Nossa vocação é uma resposta ao seu amor.
Impulsionada pelo fascino do rosto jovem e acolhedor de Jesus, muitos jovens continuam sensível a sua proposta de segui-Lo. E, como os seus discípulos, continuam perguntando: “Mestre, onde moras?” A resposta de Jesus continua a mesma: “Vem, e vocês verão!”
Então, jovem! Já parou para pensar no projeto de vida que o Senhor tem para você. A atração por Jesus inquieta o seu coração e você procura respostas... você tem curiosidade para conhecer a Pessoa de Jesus, em saber onde Ele mora..., conviver com Ele e compartilhar da sua missão...? Venha ser um Missionário Sacramentino de Nossa Senhora!Venha conosco colaborar na construção do Reino eucarístico de Cristo!

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Modelo de desenvolvimento respeitoso do ambienteIntervenção de Bento XVI durante a audiência geral

CASTEL GANDOLFO, quarta-feira, 26 de agosto de 2009 (ZENIT.org).
Publicamos a intervenção que Bento XVI pronunciou nesta quarta-feira, durante a audiência que concedeu aos peregrinos reunidos no pátio da residência pontifícia de Castel Gandolfo, na qual tratou do tema da salvaguarda da criação.
* * *
Queridos irmãos e irmãs:
Já nos aproximamos do final do mês de agosto, que para muitos significa a conclusão das férias de verão. Enquanto voltamos às atividades cotidianas, como não agradecer a Deus pelo dom precioso da criação, da qual podemos desfrutar não somente durante as férias? Os diferentes fenômenos de degradação ambiental e as calamidades naturais, que as crônicas registram infelizmente com frequência, recordam-nos a urgência do respeito devido à natureza, recuperando e avaliando, na vida de todos os dias, uma correta relação com o ambiente. Está se desenvolvendo uma nova sensibilidade por estes temas, que sustentam a justa preocupação das autoridades e da opinião pública, que se expressa com a multiplicação de encontros no âmbito internacional.
A terra é um dom belíssimo do Criador, que desenhou sua ordem intrínseca, dando-nos assim os sinais orientadores aos quais devemos ater-nos como administradores da sua criação. A partir desta consciência, a Igreja considera as questões ligadas ao ambiente e à sua salvaguarda como intimamente relacionadas com o tema do desenvolvimento humano integral. A estas questões me referi várias vezes em minha última encíclica, Caritas in veritate, recordando a “urgente necessidade moral de uma renovada solidariedade” (n. 49), não somente nas relações entre os países, mas também entre cada um dos homens, pois o ambiente natural é dado por Deus a todos e sua utilização comporta uma responsabilidade pessoal com toda a humanidade, particularmente com os pobres e com as gerações futuras (cf. n. 48). Experimentando a comum responsabilidade pela criação (cf. n. 51), a Igreja não somente está comprometida na promoção da defesa da terra, da água e do ar, entregues pelo Criador a todos, mas sobretudo se empenha em proteger o homem da destruição de si mesmo. De fato, “quando a ‘ecologia humana’ é respeitada dentro da sociedade, beneficia também a ecologia ambiental” (n. 51). Acaso não é verdade que a utilização desconsiderada da criação começa justamente onde Deus é marginalizado ou inclusive onde lhe é negada a existência? Se a relação da criatura com o Criador desfalece, a matéria se reduz a possessão egoísta, o homem se converte na “última instância” e o objetivo da existência se reduz a uma corrida para possuir sempre mais e mais.
A criação, matéria estruturada de maneira inteligente por Deus, está confiada à responsabilidade do homem, que é capaz de interpretá-la e de remodelá-la ativamente, sem considerar-se como o dono absoluto. O homem está chamado a exercer um governo responsável para custodiá-la, obter benefícios e cultivá-la, encontrando os recursos necessários para uma existência digna para todos.
Com a ajuda da própria natureza e com o compromisso do próprio trabalho e criatividade, a humanidade é capaz de assumir o grave dever de entregar às novas gerações uma terra que estas, por sua vez, poderão habitar dignamente e cultivar ulteriormente (cf. n. 50). Para que isso se realize, é indispensável o desenvolvimento dessa “aliança entre ser humano e ambiente que deve ser espelho do amor criador de Deus” (Mensagem para a celebração do dia Mundial da Paz 2008, 7), reconhecendo que todos nós procedemos de Deus e que estamos em caminho rumo a Ele.
Que importante é, portanto, que a comunidade internacional e os diferentes governos saibam dar os sinais adequados aos próprios cidadãos para enfrentar de maneira eficaz as modalidades de utilização do meio ambiente que são prejudiciais. Os custos econômicos e sociais derivados do uso dos recursos ambientais comuns, reconhecidos de maneira transparente, devem ser assumidos por aqueles que os utilizam, e não por outras populações ou por gerações futuras. A proteção do ambiente e a salvaguarda dos recursos e do clima exigem que todos os líderes ajam de maneira conjunta, respeitando a lei e promovendo a solidariedade, sobretudo com as regiões mais frágeis da terra (cf. Caritas in veritate, 50).
Juntos podemos construir um desenvolvimento humano integral em benefício dos povos presentes e futuros, um desenvolvimento nos valores da caridade na verdade. Para que isso aconteça, é indispensável converter o atual modelo de desenvolvimento global em uma conscientização maior e compartilhada diante da criação: isso é uma exigência não somente das emergências ambientais, mas também do escândalo da fome e da miséria.
Queridos irmãos e irmãs: demos graças ao Senhor e façamos nossas as palavras de São Francisco, no Cântico das Criaturas: “Altíssimo, onipotente, bom Senhor, vossos são os louvores, a glória e a honra de toda bênção (...). Louvado sejais, meu Senhor com todas as vossas criaturas”.
Também nós queremos rezar e viver com o espírito destas palavras.
[A seguir, o Papa cumprimentou os peregrinos em vários idiomas. Em português, disse:]
Saúdo todos os peregrinos de língua portuguesa, nomeadamente os grupos do Coral de Vila Real e de Mogi das Cruzes, desejando que esta visita ao Sucessor de Pedro fortaleça a vossa fé e vos ajude a irradiar o amor de Deus na própria casa e na sociedade. O Pai do céu derrame os seus dons sobre vós e vossas famílias, que de coração abençoo.
[Tradução: Aline Banchieri
© Copyright 2009 - Libreria Editrice Vaticana]
Fonte: Zenit.

Arcebispo de Belo Horizonte na Congregação para a Doutrina da Fé

Dom Walmor de Azevedo é responsável pelo campo da Doutrina na CNBB
BELO HORIZONTE, quarta-feira, 26 de agosto de 2009 (ZENIT.org).
O arcebispo de Belo Horizonte (Brasil), Dom Walmor Oliveira de Azevedo, foi nomeado por Bento XVI para integrar a Congregação para a Doutrina da Fé.
Trata-se do único brasileiro a integrar a Congregação. O arcebispo afirmou hoje que o ato do Santo Padre é uma “deferência e demonstração de confiança e reconhecimento para com a Igreja no Brasil, com a CNBB e a arquidiocese de Belo Horizonte”.
Há seis anos Dom Walmor preside à Comissão Episcopal Pastoral para a Doutrina da Fé da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), da qual participa como integrante desde 1999.
Agora, e pelos próximos cinco anos, auxiliará Bento XVI na missão de zelar pelas questões doutrinais sobre o ensino teológico, a proclamação zelosa da fé e a fidelidade aos seus princípios.
Dom Walmor reconheceu que terá de “estudar muito, pesquisar mais ainda para auxiliar o Papa, dar pareceres e examinar as matérias que tratam de moral, fé e das relações com um mundo plural”.
Fonte: Zenit.

JMJ de Madri conta com a ajuda das autoridadesSegundo revela o cardeal Rouco

RÍMINI, quarta-feira, 26 de agosto de 2009 (ZENIT.org).

O cardeal Antonio María Rouco Varela revelou nesta quarta-feira que tanto as autoridades do governo espanhol como as da Prefeitura de Madri estão colaborando com a preparação da Jornada Mundial da Juventude 2011.
Por decisão de Bento XVI, o encontro dos jovens do mundo acontecerá na capital espanhola em agosto de 2011. E a arquidiocese da capital, cujo pastor é o cardeal Rouco, já está mobilizada nos preparativos.
“O Comitê de Organização já está constituído. O programa de trabalho já está desenhado. As grandes questões prévias estão solucionadas”, revelou o purpurado a um grupo de jornalistas que acompanham o “Meeting pela amizade entre os povos”, organizado pelo movimento Comunhão e Libertação em Rímini.
“Nas últimas Jornadas Mundiais da Juventude sempre foi um problema encontrar um lugar para os grandes atos da Jornada por dificuldades às vezes relacionadas com a atuação administrativa dos governos correspondentes”, recordou o presidente da Conferência Episcopal Espanhola.
“Em nosso caso esses problemas estão solucionados – revelou –. Os últimos atos, a vigília e a missa, acontecerão no Aeródromo dos Quatro Ventos. O governo já cedeu este grande espaço que está situado dentro da Cidade de Madri”.
“Devo dizer que a relação com o governo neste ponto tem sido muito positiva. Encontramos muito boa disposição”.
“Já se constituiu a equipe de trabalho dos responsáveis da Aviação Militar, que são os responsáveis de Quatro Ventos, e o comitê de organização da Jornada”.
“Logo também já se determinou onde será o lugar da celebração da acolhida do Papa, a missa inaugural, e da Via Crucis, os outros três grandes atos públicos, na Praça da Cibeles, a Prefeitura de Madri também se mostrou muito aberta à colaboração com o comitê organizador da Jornada”.
“E por sua parte o governo da Comunidade de Madri também se mostrou extraordinariamente aberto à colaboração com o Comitê organizador e com a Igreja na preparação da Jornada”.
Portanto, disse aos jornalistas: “resumindo: a relação com o governo neste ponto é boa, a relação com a prefeitura de Madri e com a Comunidade é excelente, e esperamos já poder trabalhar sem nenhum elemento estranho ao próprio processo de preparação da Jornada”.
O cardeal reconheceu que “a Jornada supõe um desafio eclesial grande, de caráter pastoral, apostólico. Significa também um grande desafio cultural, ao qual queremos também responder com a colaboração das administrações públicas”.
Por exemplo, disse, “há uma colaboração com os estupendos museus de Madri. Concretamente, está se “organizando um itinerário que se chamará buscando Cristo no Museu do Prado”.
A Jornada Mundial da Juventude, reconheceu, também é um “desafio logístico, em estreita relação com o número de peregrinos que esperamos”.
“Nos propusemos oferecer alojamento para um milhão, ou um milhão e meio, de jovens que virão de fora de Madri. É um desafio formidável ao qual também cremos que poderemos responder com as próprias forças da Igreja em Madri, com suas paróquias, seus colégios, que são numerosos”.
Para conseguir este objetivo, a Igreja pede também a colaboração das Prefeituras “da grande Madri, a Madri metropolitana”, constatou.
Por último, revelou, “o financiamento está concebido através de um apoio de colaboração da sociedade com a Jornada Mundial, através da Fundação Madri Vivo, e logo através também da ajuda dos fiéis, do que possa oferecer a própria Jornada, e das ajudas públicas”.
Fonte: Zenit.

Papa a jovens: buscar a verdade, como Santo Agostinho Apresenta seu testemunho de vida e o de sua mãe, Santa Mônica

CASTEL GANDOLFO, quarta-feira, 26 de agosto de 2009 (ZENIT.org).

Bento XVI propôs aos jovens, nesta quarta-feira, que busquem apaixonadamente a verdade, como o fez seu grande mestre, Santo Agostinho.
Ao concluir a audiência geral, o Papa dirigiu uma saudação particular aos jovens, doentes e recém-casados, recordando que no dia 28 de agosto se celebra a memória litúrgica do bispo de Hipona, que viveu entre 354 e 430, a quem Joseph Ratzinger dedicou sua tese doutoral.
Nesta quinta-feira, como ele mesmo recordou, a liturgia recorda sua mãe, Santa Mônica.
“Que seu exemplo vos leve, jovens, a uma busca sincera e apaixonada da Verdade evangélica”, desejou o Papa.
Depois, dirigindo-se aos doentes que o escutavam, exortou-os a aprender do testemunho da vida de Mônica e Agostinho “o valor redentor do sofrimento oferecido a Deus em união com o sacrifício da cruz”.
Por ultimo, desejou que o exemplo dos santos sirva de apoio aos recém-casados – alguns presentes no pátio de Castel Gandolfo com sua roupa de casamento – “no generoso testemunho da gratuidade do amor de Deus”.
Fonte: Zenit.

sábado, 15 de agosto de 2009

Mensagem de um Amigo fiel

Frt. Rodrigo Ferreira da Costa, SDN
rodrigolajinha @ yahoo.com.br


Querido jovem, Paz e esperança!
Que alegria em poder lhe enviar estas palavras. Sei que você também está ansioso para ouvi-las. Conheço bem o seu coração, compreendo sua angústia, seus sonhos, seu ideal de ir além de você mesmo. Sou jovem como você, por isso não tenho dúvidas de que você me compreenderá.
A juventude ultrapassa a lógica rígida da temporalidade. Ser jovem não é uma questão de anos, mas de coração. Porque “quem me ama nunca envelhece, pois leva em si Aquele que é o mais jovem que todos os outros”. Compreendo a juventude como um jeito de ser e viver que busca ser sujeito de sua própria história de forma dinâmica e criativa. Não há, portanto, idade para sonhar com um “mundo novo”, para sorrir e brincar diante da vida.
A juventude é tempo de esperança, sonhos, criatividade, ousadia... Você luta para alcançar a felicidade e, às vezes, se perde em meio a tantas ofertas que nem sempre são verdadeiras. Eu, porém, sou o amigo fiel que jamais lhe trairá, pois dei a minha vida por você. Minha promessa de felicidade é verdadeira, ainda que implique renúncias. O que eu peço a você não é algo que está para além das suas forças, quero apenas que “tenha em você os mesmos sentimentos que havia em Mim”. Isto é, amor, paciência, perdão, compaixão... Para tanto, você precisa ser uma pessoa apaixonada por Mim, disposta a se lançar totalmente nos meus braços, para que Eu possa lhe conduzir.
Percebo que você não teme a novidade e o sacrifício, mas, sim, uma vida sem sentido. Assim sendo, você busca uma mudança que dê um verdadeiro sentido à vida e razão à sua existência. Acredite em mim! Eu venci a morte, por isso, sou a “razão da sua esperança”.
O mundo lhe aparece quase sempre como novidade complexa, ou seja, são diversos caminhos, diversas possibilidades de realização. Mas como discernir o caminho que conduz para a vida plena, onde encontrar a verdadeira felicidade? Quando essas dúvidas afetarem o seu coração, lembre-se das palavras que eu disse: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida”. “Quem vem a mim não terá mais fome, e quem crê em mim nunca mais terá sede”. Venham, pois, a mim todos vocês que estão cansados e aflitos, com o coração angustiado. Quero consolar a sua angústia, acariciar o seu coração, saciar a sua sede...
A vida, às vezes, parece ser uma sucessão de perdas. Seus sonhos utópicos muitas vezes não se concretizam, os líderes que deveriam lhe servir de exemplo geralmente lhe decepciona... Compreendo bem a sua dor, eu também experimentei a fragilidade humana. No entanto, não abandonei minha missão de lutar pela vida e revelar aos homens que “Deus é Amor e que no amor não há temor”.
Seu estar no mundo é essa longa viagem que você faz, na maioria das vezes, por caminhos escuros, tortuosos, com trevos e encruzilhadas... Mas é preciso colocar-se a caminho. A novidade poderá vir do desconhecido, de onde você não espera. Ademais, a beleza e a preciosidade da vida estão intrinsecamente associadas à fragilidade e mortalidade. Confia em Mim! Eu estou sempre com você e, mesmo sem dizer quem sou Eu, “sentir-se-á o seu coração arder” ao ouvir minhas palavras e mim reconhecerás quando eu partir o Pão com você (Eucaristia).
Coragem! Não tenha medo de arriscar. Viver de forma autêntica é um “porto seguro” para a felicidade. Mesmo que alguém queira obrigar você a “dormir e a se calar” seja forte e lembre-se que eu também não fui bem compreendido na minha juventude, mas jamais abandonei o Projeto de Vida que meu Pai sonhou para mim. Então, se sentires no coração a inquietação do chamado para seguir os meus passos e viver só para mim, não se hesite. Eu sou o seu amigo fiel, sua segurança e felicidade.
Sem você, jovem, o rosto da minha Igreja fica desfigurado. Minha Igreja precisa de um rosto jovem para revelar ao mundo o meu rosto. Eis que estou à porta, quero-me encontrar com você, revelar os meus segredos de amor. Se você ouvir a minha voz e abrir a porta, eu entrarei na sua casa (coração) e farei nela minha morada.
Atenciosamente, Jesus Cristo.