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segunda-feira, 13 de julho de 2009

A Juventude no mundo globalizado


Murilo da Silva Fernandes,
Postulante SDN e graduando em Filosofia – BH-MG.
murilofernandez@yahoo.com.br

Nesta nova geração em que estamos vivenciando, a geração da informatização, onde em todos os lugares e em todas as coisas a tecnologia está em destaque, vemos a presença da juventude em massa andando de encontro com a modernidade. Essas tecnologias de ponta, como internet de alta velocidade, celulares de ultima linha e vários aparelhos que nos ajudam a ter mais acesso às coisas. Nós estamos na era da comunicação globalizada, onde quase toda a população, e a maioria dos jovens possui um celular, um MP3, MP4 ou até um MP10 (...) alguma coisa, que do jeito que a tecnologia está avançando, quase a cada mês lança um aparelho diferente com um benefício maior e melhor que o outro.
Isso ajuda muito na vida de cada pessoa, ajuda na acessibilidade de comunicação, entretenimento, diversão e também nos trabalhos diários e pessoais de cada ser humano, portanto como tem os pontos positivos, tem também seus pontos negativos, e um deles é uma certa individualidade em todos os aspectos, cada pessoa pensa em si mesma, no que ela possui ou pode possuir, se lança um produto novo no mercado, ela logo quer comprar um, para estar andando de acordo com a moda, e outro exemplo de individualidade, é o que nós vemos a todos os dias, principalmente na cidade grande, quando andamos nas ruas, ou andamos de ônibus ou metrô, vemos cada pessoa está centrada em si mesma, ou seja está com seu rádio ligado no ultimo volume e com seu fone de ouvido, outros estão lendo jornal ou livros, e as vezes vemos as pessoas todos os dias, pois as vezes pegam o mesmo transporte que nós para ir para o trabalho, e nós passamos a conhecer as pessoas de vista, mas nunca puxamos uma conversa ou sequer perguntamos o nome, onde trabalha, se estuda ou não. Outro exemplo claro disso é também a internet, ficamos tão presos a ela, a certos sites de relacionamento, como por exemplo o orkut, ou até mesmo em outros, e também ficamos presos a salas de bate papo, onde não se conhece ninguém, só pelo que conversa ali, mesmo assim uma conversa sem compromisso, não sabe se a pessoa esta falando verdade ou mentira, não tem sentimentos na conversa e isso não contribui nada para o crescimento de ninguém.
Isso acontece com quase todo mundo, com a maioria da juventude principalmente, essas tecnologias são ótimas e nos ajudam muito, só que temos também que aprender a usa-las de uma maneira mais séria e que não atrapalha nossos relacionamentos com as pessoas a quem nos rodeia, e que vemos todos os dias.
Ter orkut, MSN, celular, Mp3, MP4 ou qualquer outra coisa é muito bom e nos ajuda a conhecer pessoas, desde que levemos a sério, mas não podemos nos descuidar dos relacionamentos calorosos e de grande significado, como uma boa conversa com os amigos, familiares, companheiros de trabalho etc., um bom passeio, sair para conhecer pessoas novas, temos que saber conciliar as coisas para conseguirmos sobreviver com saúde a esse mundo globalizado e também para não virarmos grandes escravos da tecnologia.
Proponho a cada um de nós, a mim e a cada pessoa que ler este artigo, para pensarmos e refletirmos um pouco, como está sendo essa minha participação diante de todas essas tecnologias que existem em nosso mundo de hoje. Será que tenho me dedicado aos relacionamentos fraternos que me ajudam a crescer, ou estou me dedicando muito aos prazeres que a globalização me proporciona? Será que sei conciliar as tecnologias da modernidade, com minhas atividades diárias e com meus contatos pessoais?
Fica aí uma pergunta de reflexão a todos nós para que possamos refletir e tirar um grande proveito para nossa própria vida, onde todos possamos viver, mais viver bem e em comunhão com todas as pessoas.

quarta-feira, 8 de julho de 2009

SENTIDO: ser humano?


Lucas de Souza Silva, Postulante SDN e graduando em Filosofia, BH-MG.
lucaslss1@yahoo.com.br

O ser humano busca um sentido para vida. Para ele tudo o que se faz tem um sentido, palavras, atos e ações sempre possuem uma razão de “ser” e um desejo de serem realizados. Mas qual é esse sentido buscado?
Num contexto de descrença total que a contemporaneidade vive, o ter “fé” é algo que dá sentido a vida, pois o ser humano tem a necessidade de crer em alguma coisa ou em alguém. Sobre isto, lembra Santo Agostinho, existe um sentido na fé, que é a certeza de uma vida. Isto, porque, na dimensão do crer, o qual significa sentir com o coração, busca-se sempre dar sentido a tudo o que se faz. Por isso e fé torna-se uma vida, pois o ser humano é o único animal que vive em busca da verdade e de dar sentido a sua existência.
O ser humano vive em busca da verdade, este é o drama humano, que só se descobre quando busca a verdade. Lembra Fernando Pessoa, o segredo da busca que não se acha. Isto, porque a verdade não se revela, ela deve ser buscada, porém nunca será encontrada em sua totalidade.
Ontologicamente o ser humano é um ser que mergulha no mundo em busca do sentido, transforma-se, muda e vive em busca da verdade, a qual é a essência de sua busca, que não pode ser encontrada, mas que o anima e o da vida, para firmar a sua autenticidade enquanto humano.
Nesta autenticidade humana, o ser humano está para conhecer, ou seja, ele está numa conversão constante em busca de sentido e da verdade. Isto lembra que o conhecer, para o ser humano concreto, é preciso experimentar, ou seja, o conhecer parte de uma experiência. Recorda Guimarães Rosa, a experiência é travessia. Isto, porque, experimentar é mudar, e mudança gera medo, pois ela é perigosa.
Este perigo está no fato de que a mudança desafia constantemente a possibilidade de conhecer a finalidade da realidade, ou seja, mudar não permite que conheças a realidade como tal, isso gera uma duvida sobre a verdade e uma busca interminável pelo sentido pleno.
Desse modo, deve-se cultivar na vida a mudança, pois mesmo ela sendo perigosa é a única forma de poder conhecer o máximo das diversas realidades. Na vida deve-se ser um “romeiro”, o qual sempre caminha em busca do sentido e descobre que só o encontrará nas diversas realidades que ele enfrenta na sua caminhada.
Com isso, pode-se dizer que o sentido da vida não está em algo ou em alguém, mas na caminhada que se faz com aqueles que desejam caminhar ao seu lado, em busca de um sentido que só será encontrado na essência do crer, ou seja, na confiança de que sempre haverá um caminho a ser percorrido.
Assim, a realidade só tem sentido para os olhos que vem nela algum sentido, o desencanto pela vida e pela realidade está nos olhos de quem a admira, pois o sentido da vida para o ser humano deve estar não no fim, mas no caminho até o seu fim.

A MÚSICA NA VIDA DA JUVENTUDE


Pe. Luiz Paulo Fagundes, SDN, BH-MG.


Música e juventude, juventude e música, passos encontrados nos compassos que constroem a mesma história.


O cosmo tem sua musicalidade própria. Portanto, desde sempre, a música esteve presente no mundo, antes mesmo que o homem o habitasse. Foi observando os sons da natureza presente em seu meio que ele começou reproduzi-los dando início à música presente na vida da humanidade. Assim, é de cerca do ano 60.000 a.C. o vestígio do primeiro instrumento musical: uma flauta de osso.
A sucessão de sons organizada ao longo de um tempo, entremeados por curtos períodos de silêncio; uma combinação de elementos sonoros que são percebidos pela audição foi que deu a origem da música como a conhecemos hoje.
A música fez sua história marcando as diversas culturas espalhadas em nosso planeta. Não se tem registro de que houve alguma civilização que não possuísse manifestações musicais próprias. A música presente no meio do povo, desde sempre, teve seu valor. Na Índia, cujas tradições musicais remontam ao século XIII a.C., acreditava-se que ela estava diretamente ligada ao processo fundamental da vida humana. Na China, acreditava-se que a música possuía poderes mágicos. Os antigos chineses achavam que refletia a ordem do universo. Na Grécia, Pitágoras, séc. VI a.C., achava que a música e a matemática poderiam fornecer a chave para os segredos do mundo.
Como se ver, na medida em que caminha a humanidade a música se expande. Hoje ela se encontra em diversas utilidades: arte, militar, educacional e terapêutica. Ainda. Tem presença central em diversas atividades coletivas, como os rituais religiosos, festas e funerais. Existem as mais sofisticadas e as mais populares, porém ambas desempenham sua função: proporcionar prazer a quem escuta. Ela é um valor universal. Em qualquer lugar em que se vai ela lá está.
Por isso, é impossível imaginar a não existência da música em nossa vida, mais impossível ainda é encontrar um jovem que não goste de usufruir desse ato prazeroso. Portanto, onde tem jovens, a música se faz presente.
A juventude se encontra na música e esta, por sua vez, é um veículo para fazer acontecer aproximação, criar laços, se comprometer. O tipo de música que se ouve dar característica ao grupo que pertence, haja vista a enormidade de ritmos, estilos e tendências. Assim, é a nossa juventude: múltipla, e que se espalha e se achega onde é mais aceita fazendo a diferença. Sonha seus sonhares inusitados, como sons dispersos, que incomodam a todos, mas não deixa de sonhar. Revolta-se quando não compreendida, porém, na própria revolta, mostra quem é e continua a caminhada com seus fones no ouvido mostrando estar alheia a todos e a tudo, mas atenta a música que se ouve, pois nela se encontra e juntas vivem momentos tão íntimos que num pacto simbiótico se torna única: música e juventude, juventude e música, passos encontrados nos compassos que constroem a mesma história.
A música na vida da juventude é elixir do ora estranhos incompreendidos dias intermináveis a se viver, em meio ao caos da insegurança própria, mas que dá conforto, ora da abertura de perspectivas que a faz alçar vôos nos horizontes dos sonhos despertando em si esperança em ter e viver dias melhores. Ser jovem e não curtir a música de seu gosto é como descascar uma laranja e não chupar, é ir ao rio e não nadar, é namorar sem se beijar. Que ruiimm!! Não dá nem pra imaginar!
A música está para juventude como a juventude está para música. É uma união eterna. Assim, parafraseando aquele ditado muito conhecido dos mais experientes, a juventude pode dizer: “Ouça a música que escuto e saberás quem eu sou.” Eis um belo desafio. Essa juventude! Bom som pra todos nós!

segunda-feira, 6 de julho de 2009

Juventude e trabalho: a luta por um lugar ao sol em meio à crise

Elias Oliveira, Postulante SDN, IV Período de Filosofia- BH-MG
eliasmmg2@yahoo.com.br

O trabalho tornou-se parte da formação da identidade do homem moderno. Para tanto passou por processos perversos e passíveis de inúmeras críticas, porém, não é meu objetivo entrar no mérito destas questões aqui. O fato é que um dos grandes problemas enfrentados pela juventude hoje é o desemprego, situação que ficou ainda pior com a atual crise econômica mundial, cujas primeiras vítimas são aqueles que mantêm funcionando o sistema com a venda de sua mão-de-obra a valores, na maioria das vezes, irrisórios e mesmo desumana. Sistema este alimentado por vícios que agora o conduz à ruínas, como um inocente castelo de areia carregado pelas ondas do mar, antes mesmo de sua maior agitação
Pesquisas de diversos órgãos brasileiros são unânimes em apresentar uma triste realidade: a população jovem tem grande dificuldade para conseguir trabalho e, quando consegue, a ocupação é menos regular e precária. A geração que mais sofre com esta difícil realidade são aqueles que têm entre 16 e 24anos, fase mais crítica pelo fato de se dar ao final da profissionalização e início da busca pelo primeiro emprego. Esta faixa etária é predominante tanto entre aqueles que constituem a População Economicamente Ativa (IPEA) quanto aqueles que lutam por uma vaga no mercado de trabalho.
Dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que desde 1995 o desemprego entre os jovens tem crescido mais que entre adultos. Em 2005, por exemplo, o número de jovens sem emprego era quase 107% maior que o de 1995, enquanto que para o restante da população, o desemprego aumentou 90,5% até 2005, “bons tempos” anteriores à crise que se alastrou como uma metástase pelo mundo.
Outro dado lamentável revela as nítidas desigualdades sociais e suas conseqüências num país onde o teste de “QI” ainda significa “Quem Indica”: aqueles provenientes de famílias com melhores condições sócio-econômicas conseguem seu ingresso no mercado de trabalho mais facilmente e em melhores situações; além disso, recebem melhor remuneração, têm relações de trabalho mais estáveis e, na grande maioria, já concluíram o Ensino Médio, contrariamente àqueles provenientes de famílias com menor poder aquisitivo.
Percebe-se que o desemprego mantém nítida e íntima relação com as deficiências no sistema educacional brasileiro e favorece a criminalização. No primeiro caso a constatação se dá pelo fato de se encontrar país afora várias vagas não preenchidas por falta de profissionais com capacitação necessária. No segundo, temos ao mesmo tempo, uma das causas da dificuldade de ingresso no mercado de trabalho e uma conseqüência: se por um lado às vezes o jovem provém de áreas consideradas “mau vistas”, por outro o fato de não encontrar outra saída o leva a procurar alternativas de sobrevivência em mercados ilegais ou mesmo no tráfico de drogas, forçando o aumento da sensação de insegurança de que as autoridades tanto analisam e pouco ou nada fazem estruturalmente para mudar a situação atacando o problema por suas raízes e não por vias paliativas como temos visto na maioria das iniciativas tomadas ao longo dos anos, fazendo com que a “patologia” de um assistencialismo modernizado seja “justificável” aos olhos de muitos.
Numa entrevista em 2000 Márcio Pochmann, afirmou que “Como há pessoas disponíveis e não há vagas para serem ocupadas, isso gera um acirramento da competição no interior do mercado de trabalho. Os postos de trabalho que eram tradicionalmente ocupados pelos jovens estão sendo hoje ocupados por adultos. É por isso que as empresas dizem que o jovem não tem preparação.” A princípio a análise está correta; é esta sobra de candidatos que mantém o orgulho do mercado capitalista e isto o referido entrevistado certamente não tinha a intenção de mencionar. Faltou citar o outro lado da moeda, pois com essas palavras, fica a sensação de que é o excesso de pessoas é que leva, em última instância, à falta de postos de trabalho, será?
Não desejo aqui produzir uma mega análise sobre este tema. Desejo apenas oferecer alguns dados que ajudarão ao leitor refletir melhor sobre a complexidade do desemprego que afeta o mundo em crise e aumenta ainda mais os desafios enfrentados por nossa juventude. Ao pensarmos esta situação devemos procurar suas causas histórico-políticas, regidas por interesses de alguns que assumem o poderio econômico e político com o único objetivo de defender seus interesses, custe o que custar, sem mesmo perceber que em muitos casos o tiro pode sair pela culatra. Deixo esta segunda parte da reflexão para você aprofundar, lembrando que se o desemprego é resultado e causa de uma série de problemas que a sociedade enfrenta; um deles são as profundas injustiças sociais, e estas à situação de insegurança com que convivemos. Portanto, trata-se de uma questão ampla e que exige mais ênfase e respostas à altura, a começar pela real e não superficial inclusão desta temática na pauta sobre a temas como a paz, direitos humanos, a paz,... tão desejada, pelo menos nos discursos, de nossas lideranças.

quinta-feira, 2 de julho de 2009

Namorar e Ficar, distinções.

Davi Duarte, Postulante SDN, graduando em Filosofia BH-MG.


Para iniciarmos a falar sobre namoro, é fundamental fazer a conceituação do mesmo, além de ser importante distinguir “namoro” de “ficar”, que é uma coisa tão dinamizada- hoje- entre os jovens.
Primeiramente, vamos ver um comentário sobre o ato de ficar, para Oliveira et AL na revista Brasileira de enfermagem em um artigo intitulado "Pegar", "ficar" e "namorar": representações sociais de relacionamentos entre adolescentes”. Ela define “pegar” assim: “Os adolescentes se referem a pegar como um ato espontâneo, não repetível, sem compromisso e no qual o interesse físico predomina, quer pela beleza ou pela sensualidade.” E ficar: “O ficar, por sua vez, é descrito como um relacionamento em que os atores sociais possuem uma intimidade e uma proximidade maiores, se vêem em uma freqüência que pode adquirir uma regularidade e até desembocar em um namoro.”
Desta forma, segundo a autora, o ato ficar está muito mais relacionado ao não compromisso, onde o corpo permeia a relação, em alguns casos pode chegar ao namoro, mas é muito mais permeado pelo ato do interesse físico.
Já namorar para Ferreira (1995): “o conceito de namorar é [...] procurar inspirar amor a, apaixonar-se, cativar, atrair. Manter relações de namoro com, ser namorado de. Desejar ardentemente; cobiçar. Empregar todos os esforços para obter. Procurar, conquistar”. Ao mesmo tempo, o termo tem como significado também, o “ato de namorar, galanteio, chamego, xodó”. Já para Costa (1997): namorar é “um valor, ou seja, é algo que aponta para aquilo que devemos ter, ser ou desejar”. (retirado de MALAGGI)
Se feito um paralelo entre estes dois termos, ficar e namorar, aqui explicitados, teremos a analise de que ficar é um ato de relacionamento supérfluo, onde um aproveita do outro, ou seja, o ser humano é tido como “descartável”, utilizo e posso não ter mais nenhum tipo de relação com ele em um outro instante. Já o ato de namorar requer um compromisso, é mais sério, é uma relação que envolve duas pessoas que procuram se conhecer melhor, para possivelmente constituir uma família.
Assim o namoro é uma fase de acréscimo do ser humano. Trata-se de um relacionamento social-afetivo-sexual que pode evoluir para um relacionamento duradouro ou para o termino, devido o conhecimento que os envolvidos adquirem no decorrer da relação, ou seja, parte-se de um relacionamento de auto conhecer-se e conhecer o outro.
Portanto, para a juventude é crucial o ato namorar, ao invés do apenas ficar, pois namorar remete ao compromisso, ao inicio de uma vida com mais responsabilidade. Tudo isso ocorre porque namorar significa amar o outro e esse amor significa sair de si mesmo, para o outro. Na época de namoro, geralmente, o casal é feliz porque cada um doa-se ao outro e isso provoca um estado de plenitude, de felicidade, de alegria, de contentamento. Esse doar-se significa dar atenção ao outro, dar estímulos positivos, valorizando o outro, aprendendo junto na convivência, crescendo junto na relação, dando e recebendo apoio, agüentando as situações difíceis, cada um contribuindo para que haja a realização recíproca das necessidades emocionais e psicológicas, num relacionamento maduro. Esse doar-se recíproco, da época do namoro, é uma das experiências mais marcantes da vida, já que nessa época há uma troca recíproca de estímulos que realiza integralmente cada um, tornando tudo mais prazeroso, fazendo os dois sentirem-se muito mais felizes e realizados como seres humanos.
Assim, no namoro há um aprendizado conjunto de como fazer o outro mais feliz, e isso traz mais ternura, mais alegria, mais amor, mais realização. E nesse aprendizado há um aspecto importante: os dois colocam-se numa posição de igualdade, pois como cada um quer a felicidade do outro, nenhum quer se colocar acima ou abaixo do outro, mostrando-se superior ou inferior, nenhum quer dominar o outro, obrigando-o a ser submisso ou dependente, numa relação de possessividade onde um quer mostrar ao outro que ele é uma posse ou uma propriedade, nenhum quer manipular o outro, acusar ou culpar por alguma coisa. Num namoro, onde há verdadeiro amor, não há lugar para essas coisas ou até para ciúme, já que o amor predispõe cada um a desejar o bem e a felicidade do outro.
Por fim, é notável a fluidez exercida entre a atração do “ficar” que se mascara na liberdade, e do namoro que pode ser distinguido pela afetividade e maturidade entre a relação das pessoas envolvidas. Portanto, é importante para os jovens ter claro a importância do namoro.

PROJETO JUVENTUDES E NOVAS GERAÇÕES


André da S. Queiroz, noviço da Congregação dos Missionários Sacramentinos de N. Senhora.

A Igreja tem buscado ficar de olhos atentos em nossa juventude, pois está mais que claro que eles nos escapam, a nossa palavra ainda não é o bastante para cativá-los. Será isso mesmo ou é o nosso testemunho que não convence que verdadeiramente é Cristo a nossa grande meta? Frente a essa realidade é preciso acordar, se esforçar o máximo para dar uma resposta plausível.
Não é novidade para ninguém o grande desafio que a ação pastoral encontra para dinamizar o trabalho com os jovens. São agentes de pastoral agindo inadequadamente com aqueles (as) que vão chegando à comunidade de fé. É visível uma imensa carência de “traquejo” na conquista das pessoas que vão se aproximando da vida eclesial, sobretudo quando se trata de jovens.
Os agentes pastorais mencionados aqui incluem um número relevante de pessoas que assumem atividades distintas na comunidade, como lideres de comunidade, de Pastorais, movimentos, padres, Irmãs... são pessoas que deveriam cativar o/a jovem com o testemunho de um grande amor pelo Cristo libertador. Como Igreja, povo de Deus somos chamados a essa missão, tenhamos cargos ou não na comunidade. Entretanto, às vezes não conseguimos conciliar todo esse vigor e vontade que o jovem tem de contribuir, com seu jeito próprio de ser, com o projeto do Reino.
Não se trata aqui de observação leviana acerca das carências da nossa ação pastoral, trata-se de um lembrete para aquilo que já estamos saturados de ouvir. No bojo dessa circunstância indesejável se encontra uma grande esperança, vista apenas por aqueles que carregam no coração a esperança. Trata-se das iniciativas que a Igreja vem tomando. Basta pensarmos na ação da CRB em eleger como sua quinta prioridade o projeto juventudes, já conhecido por nós.
Esse projeto quer abordar não só os jovens do ambiente eclesial, mas, sobretudo os que vivem fora do âmbito eclesial, por essa razão o termo juventudes. Nesse esforço, a vida religiosa consagrada busca se aproximar dos jovens, encurtando os laços, acolhendo as juventudes com todos seus sonhos e dinamismo.
Juventudes e novas gerações é um passo de esperança para a Igreja. São novas gerações de consagradas e consagrados. Esse novo não se refere a uma cronologia biológica, mas no sentido de um reavivamento dos sonhos, das ousadias no anúncio. Um acordar para os sinais dos tempos, apostando no algo a mais que cada um pode dar para uma Igreja mais viva e atuante, imbuídos do Espírito missionário de Cristo! Querendo acertar na dinâmica do seguimento, trabalhando com os/as jovens que gritam por atenção.
Gostaríamos de recordar que no primeiro semestre deste ano realizou-se o I fórum Inter-regional Sudeste Novas gerações e Juventudes na regional Belo Horizonte. O momento foi propício para se perceber que ainda há muita esperança na vida religiosa e em nossos/as jovens. Em uma só voz tivemos o eco das vozes de jovens engajados e a voz de consagradas/os de todas as idades vindos/as do Rio de Janeiro, São Paulo, Espírito Santo e Minas Gerais. Todos enfatizando a necessidade de um olhar mais atento sobre as juventudes. Foi um grande sinal de esperança. A Igreja se revigorará cada vez mais na medida que cada um/a se assumir Igreja, abertos ao diálogo com as mais inesperadas realidades. Um novo coração, uma nova geração reencantado pelo anúncio e vivência da Boa Notícia de Jesus.
Somos cordialmente convidados/as a entrar nessa “ciranda”, fazendo novos e atualizados os nossos sonhos, em vista das novas exigências do apostolado. Os jovens estão por aí, nos diversos palcos da vida, compondo as nossas juventudes que quer ser cidadã, quer ter condições para sonhar... É junto deles que o Bom Pastor nos convida a se caminhar e dizer: Levanta-se, pegue sua cama e ande (João 5, 8). Vamos caminhar juntos pelo mundo, sendo discípulos/as e missionários/as de Jesus?