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terça-feira, 27 de outubro de 2009

Os meios de comunicação não resolvem os problemas sociais: Marques de Melo

Quito, Equador (MUTICOM) .

Os meios de comunicação não têm a capacidade de resolver os problemas sociais, “mas podem ser úteis na mobilização”, diz o jornalista brasileiro e professor José Marques de Melo, ao comentar sobre a contribuição que a mídia pode promover para uma cultura de paz e solidariedade, que é o tema central do Mutirão América Latina e Caribe, que acontecerá de 3 a 7 de fevereiro de 2010, em Porto Alegre, Brasil.

Em um diálogo com OCLACC, o professor e pesquisador salienta a urgência de melhorar os sistemas educacionais dos nossos países para mudar a situação de pobreza e exclusão que vivemos. As mudanças, diz ele, “dependem de todos, do governo, suas instituições, igrejas, organizações e da sociedade civil”, porque todos nós temos uma dívida com a sociedade.

Para Marques de Melo, “se não há educação sistemática de boa qualidade, as pessoas não vão exigir algo mais do que a mídia oferece”. Segundo insiste, “a chave está na formação de quem maneja a mídia, dos profissionais. Muitas vezes esse é um capítulo deixado de lado. Por exemplo, muitos institutos e algumas universidades católicas têm seus cursos de comunicação, no entanto, os profissionais saem das instituições dando-nos a impressão que não saíram de um espaço católico”, pontualiza.

O “problema da falta de apoio da universidade em promover mudanças e uma cultura de solidariedade não é somente das universidades católicas. Tambémas públicas, as particulares e as privadas devem ter esta preocupação de promover a mudança, a solidariedade. Contudo, insisto, isso passa pela formação dos profissionais, com uma sólida formação ética, porque todo profissional deve ter uma formação humanista que seja capaz de atuar concretamente em qualquer espaço da sociedade “, reitera Marques de Melo.

Sua longa trajetória no exercício profissional do jornalismo, a docência e a pesquisa em comunicação lhe dá autoridade e convicção para enfatizar que a comunicação deve ser entendida como um processo, e que não se limita aos meios ou “como lidar com a mídia”. “A comunicação é um processo muito amplo que envolve o consumo dos meios de comunicação na família, nas comunidades e muitas vezes não há um entendimento dessa dimensão extra comunicacional, porque não há um trabalho de articulação da produção de mídia”.

Marques de Melo dúvida e lamenta que a mídia comercial tenha pouca vontade política e não assumam compromisso público para envolverem-se neste processo de mudança social, porque “em sua grande maioria são meios de comunicação capitalista primitivos” e que “o que interessa a alguns meios é atender fundamentalmente seu mercado preferencial”.

O professor brasileiro se mostra confiante nas mudanças que podem ser alcançadas ao se privilegiar a formação das novas gerações de profissionais, mas adverte que “as novas gerações estão hoje em dia mais preocupadas com a tecnologia do que com conteúdos, e lhes faz falta essa visão utópica “.

José Marques de Melo foi nomeado “Comunicador da Paz de 2009″, um prêmio concedido pela Organização Católica Latino-Americana e Caribenha de Comunicação OCLACC, que será entregue na noite de 5 de fevereiro de 2010, no marco do Mutirão Latino-americano e Caribenho de Comunicação, que acontecerá de 3 a 7 de fevereiro, na Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, Brasil.

Fonte: http://muticom.org/blog/

O nosso dia nacional da juventude


Luis H. M. Leite, graduando em Filosofia ISTA-BG-MG e postulante da Ordem de Santo Agostinho

luishernandes@pop.com.br

O papa Bento XVI disse, referindo-se aos jovens, que “os anos que vós estais vivendo são os anos que preparam o vosso futuro. O ‘amanhã’ depende muito de como estais vivendo o ‘hoje’ da juventude”.(Encontro com os Jovens, Pacaembu, São Paulo, 10 de maio de 2007) Iluminados, então, por essas palavras os jovens brasileiros prosseguem com mais vigor a luta por um futuro de vida para todos.

Desde 1986 a Pastoral da Juventude dedica um dia para a juventude, assim sendo, o Dia Nacional da Juventude – DNJ motiva uma profunda reflexão sobre os temas sociais e a ação dos jovens, em todo território nacional.

Neste ano o tema abordado é Contra o extermínio da juventude, na luta pela vida; e está em consonância com a Campanha da Fraternidade – desenvolvida durante a quaresma – que tratou sobre a questão da segurança pública. Além do tema, o DNJ conta com um lema, que geralmente se torna um grito de guerra nos encontros. Ele é Juventude em marcha contra a violência.

Como preparação ao DNJ as dioceses são chamadas a discutir algumas temáticas, como Juventude e Exclusão Social, Redução da Maioridade Penal, e Jovens: Construtores da Paz e da Justiça. E por fim, realizar uma celebração que marque a caminhada da juventude organizada e comprometida com o seu futuro e com a realidade social.

As temáticas propostas visam uma discussão sobre questões que envolvem diretamente os jovens, desde os problemas que os segregam às atitudes que favorecem uma cultura de paz. A atuação de jovens críticos e conscientes da conjuntura brasileira conduz a uma intervenção direta nas causas da violência.

Ainda na Campanha da Fraternidade, a Igreja no Brasil viu a necessidade de promover um diálogo que capacite o povo a reconhecer a violência na sua realidade pessoal e social, bem como a denunciar a gravidade dos crimes contra a ética, a economia, gestões públicas, e as injustiças presentes nos institutos de prisão especial, do foro privilegiado para políticos, e da imunidade parlamentar contra crimes comuns. Nessa mesma linha, os jovens são convidados a um debate sobre a diminuição da maioridade penal e suas consequências, bem como sobre as ocasiões que levam ao extermínio da juventude, tanto no que se refere à falta de oportunidades, quanto à vitimação através de atos violentos.

Este debate está em harmonia com a denuncia do modelo punitivo que predomina no sistema penal brasileiro. A proposta da Igreja é que se fortaleçam as ações educativas, penas alternativas, e a aplicação da justiça restaurativa.

Por isso, os jovens despertam-se numa marcha contra a violência e a impunidade, e decidem-se a viver de tal forma que garantam um futuro digno a si e a todos. O hoje da juventude deve ser garantia de um amanhã pautado na segurança, na paz, na justiça, e nas políticas de inclusão.

O DNJ 2009 que acontecerá no último fim de semana de outubro é uma ocasião propícia para a mobilização das dioceses e paróquias promovendo um agir solidário. As palavras do Apóstolo Paulo ao jovem Timóteo, também são um convite para a juventude do século XXI não se acomodar e fazer-se presente nas discussões da vida pública e tornar-se exemplo sem temer o desprezo. A Igreja Católica, através do DNJ e da atuação das suas pastorais quer valorizar o jovem, já que segundo o Apóstolo: “Ninguém te despreze por seres jovem. Ao contrário, torna-te modelo para os fiéis, no modo de falar e de viver, na caridade, na fé, na castidade”( I Tim 4,12)

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Aparecida espera jovens do Brasil na Jornada Nacional da Juventude

APARECIDA, domingo, 18 de outubro de 2009

O Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida prepara-se para acolher milhares de jovens no dia 1 de novembro, na Jornada Nacional da Juventude.O encontro, que tem como tema "Jovens em Missão", contará com palestra, shows e reflexão. Espera-se a participação de pelo menos 15 mil jovens.
A mobilização está sendo feita por Dom Antonio Carlos Altieri, bispo de Caraguatatuba (São Paulo) e pelo reitor do Santuário, Padre Darci Nicioli.
Dom Altieri e pe. Nicioli, em mensagem aos jovens, os convidam a "que se façam presentes e representem todos aqueles que não puderem participar desse momento significativo de Fé e de Amor filial à Mãe de Deus e nossa".
Segundo os responsáveis, os grupos juvenis que nascem e crescem pela intervenção Maria "somente se atualizarão e se tornarão fecundos na medida em que Ela, a Mãe da Igreja, voltar a ocupar o lugar que lhe corresponde no nosso coração de filhos desejosos de sermos sinais e portadores do Amor de Deus aos que mais precisam".
A programação do dia 1 de novembro inicia com uma concentração no Santuário, às 9h, seguida de palestra. Às 11h15, haverá a missa presidida pelo arcebispo de Aparecida, Dom Raymundo Damasceno Assis. Às 14h, show com Família Lima e Padre Fábio de Melo.




Fonte: Zenit.

sábado, 10 de outubro de 2009

É culpa do Professor!

Raquel Ferreira de Souza
Graduada em Letras (PUCMINAS); pós graduada em Arteterapia em Educação (UCAM/RJ) e Gestão de Negócios (UNOPAR/PR) e Mestranda em Filosofia (FAJE/BH)
professoraraquelsouza@yahoo.com.br

Uma figura, atualmente, desvalorizada pela sociedade é a do professor. Questão contraditória, visto que é só por existir pessoas que disponibilizam ao ensino, que estamos aqui (eu, escrevendo por hora; você, daqui a pouco, lendo).
Definitivamente, o que motiva o professor a exercer tal profissão não é o salário, tampouco os estudantes, que – cada vez mais – fazem circular a “moeda” corrente do ensino: os pontos – antes de dar “bom dia”, pede-se pontos!
A sociedade atual é reflexo da mudança de prioridades, ou seja, há uma nova valorização das coisas. Se o saber não é prioridade, os agentes do saber também não são! O motor das pessoas da contemporaneidade tem sido a vantagem, o jeitinho, quase hora nenhuma, o conhecimento. É comum ouvir os estudantes perguntando o porquê de estudarem. É fácil responder, mas o “nó na garganta” que surge no professor ao ouvir isto impede a resposta.
Não é só o professor institucionalizado que é professor; todas as pessoas, de alguma maneira, ensinam o que se deve e o que não se deve fazer.
Somos filhos de uma sociedade de “faltas”, e todas elas podem ser resumidas com a falta da educação. O ser humano só aprende a ser melhor (em todos os sentidos) se for ensinado. Ensina-se a ter bom caráter, bom senso, ter cuidado com as pessoas, respeito à vida humana, respeito à vida alheia, respeito com o meio em que se vive, e outros. É muito comum confundir conhecimento com dados acadêmicos, no entanto, quiséramos nós que todas as faltas sociais fossem apenas escassez de conhecimento acadêmico!
Podemos continuar com nosso individualismo, cada qual com sua “vidazinha”, esquecendo-se de ensinar e aprender com as pessoas, ou então podemos repensar nossas vidas, nossas perspectivas e sonhos, projeções de futuro, etc. Não existe sociedade sem educação, já que para se viver em comunidade é necessário seguir padrões institucionalizados, que podem ser respeitados pelo simples fato de se ter educação e consciência, ou porque a desobediência às regras gera conseqüências.
Se há pessoas de bem, conscientes, responsáveis, respeitadoras, sábias, educadas, a culpa é do professor! São assim porque tiveram professores – professores de vida, de mundo!
15 de outubro – dia do professor – que o valor dessa figura tão importante nas sociedades seja reconhecido, não apenas em um dia, mas que a gratidão pelo que se aprendeu seja latente.

Juventude e Missão

Gedeir V. Gonçalves, Postulante SDN e graduando em Filosofia, BH-MG.


Estamos vivenciando o mês de Outubro, tempo propício para falarmos de Missão. Missão? Qual? Como? Para quê? Para respondermos a estas perguntas, precisaremos fazer um grande percurso: retornar ao passado, enxergar o presente e projetar o nosso futuro.
Somos jovens, não importa nossa idade, mas sim o nosso Espírito. Somos jovens que buscam e lutam pelo sentido da vida. Quando nascemos, nos tornarmos parte de um ambiente político-social-religioso, institucionalizado ao longo de várias gerações. Em uma visão especifica da religião: a partir do momento em que nascemos e passamos a fazer parte da Igreja (viva) de Cristo, marcado pela realização do nosso Batismo, somos chamados a abraçar o projeto de anúncio do Reino de Deus, que se encontra em continua construção. Somos chamados a sermos continuadores da realização da Missão inaugurada em Jesus Cristo.
Jesus Cristo em seu período histórico realizava sua Missão, com sua humildade e simplicidade, deixando tudo que tinha ou possuía para trás: casa, cultura, posição social e riquezas. Para se tornar livre, desapegado de tudo que fazia parte de bens materiais, para obter uma plena vida de anúncio da boa nova do Reino. Mas sua Missão não era simplesmente falar e mostrar a misericórdia de Deus, mas sim queria anunciar também a justiça, a igualdade social, os direitos humanos, o amor, a solidariedade, a vida, etc. Cristo anunciava fatores que tomados como modelo de vida, poderiam se tornar meios para a construção do Reino de Deus. É bom ressaltarmos também que Jesus Cristo trabalhava diretamente com os mais necessitados e carentes daquela realidade social.
O melhor exemplo de Missão que temos em nossa vida é Jesus Cristo, e como havia dito inicialmente, pelo Batismo somos chamados a darmos continuidade à sua missão. Hoje vivemos diante de tanta injustiça social, onde a humanidade, quase toda, não possui direito algum, é injuriada, sofre todos os tipos de preconceitos possíveis e acima de tudo não possuem direito a uma vida digna. Essa é a nossa realidade, e como Jesus Cristo, somos chamados a sermos missionários diante desses fatores sociais.
Como cristãos, devemos nos sensibilizar diante de tanta miséria! Cabe a nós, darmos nossa contribuição na construção de novos caminhos, sendo verdadeiros profetas, anunciando que um novo mundo é possível. As modificações necessárias não começam pelo extraordinário, visando fama e sucesso, mas sim deve se iniciar com nossa disponibilidade e amor ao Reino, levando em consideração os nossos potenciais humanos. A partir do momento em que cada um de nós, em sua simplicidade se esforce pela modificação de sua realidade, a mudança que sonhamos para o mundo começa a se concretizar. Com nossos pequenos gestos é que mostramos ao mundo que uma nova história é possível!
Que este mês de outubro, nos ajude a retomar o sentido de nossas vidas, e com mais firmeza possamos abraçar o projeto continuando a missão de Cristo de propagar o Reino dos Céus, levando a palavra do Divino Mestre a todos os corações humanos, possibilitando justiça social e direito à vida e à dignidade para todos os filhos e filhas de Deus. Somos todos missionários, chamados ao serviço na vinha do Senhor! Com essa certeza, podemos buscar novos meios de vida para toda a humanidade, sendo fiéis ao projeto do Pai.