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quarta-feira, 24 de junho de 2009

A CORPUS CHRISTI DA JUVENTUDE

Pe Luiz Paulo Fagundes, SDN.


Na festa do Corpus Christi a juventude se sente na obrigação de estar no meio, junta às demais pessoas, unidas para fazê-la acontecer.



Em 11 de agosto de 1264, o Papa Urbano IV com a Bula ‘Transiturus’ instituiu a festa de Corpus Christi (Corpo de Cristo), que acontece na quinta-feira após a festa da Santíssima Trindade. A festa, com sua procissão, se difundiu primeiramente na Alemanha, depois França e na Itália. Aqui, no Brasil, se tem notícia desde 1549, realizada pela primeira vez na Bahia. Agora, pode-se dizer que celebrá-la a cada ano é como que firmar uma tradição que há séculos faz parte do calendário religioso e civil do povo brasileiro.
Como sabemos a juventude adora festas, seja ela religiosa ou não. Mas no caso dessa, ela ama de paixão. Claro que tem suas razões para amá-la. Primeiramente, porque gosta de novidades e essa é cheia delas. A novidade tem seu início já nos preparativos: definição da trajetória da procissão; desenhos a elaborar para tornar o tapete hilariante; serragem para ser colorida; pó de café para ser ajuntados; casca de ovos triturada; folhas secas e verdes para recolher... A novidade está na maneira como se organiza para que tudo, na hora da passada de Jesus pelas ruas do trajeto definido, esteja na mais perfeita harmonia e concluído.
Por outro lado, a juventude gosta de estar no meio de gente, principalmente de pessoas que a faz importante, que reconhece seu valor e criatividade e que necessita de seu fazer inovador como marca própria do seu jeito de ser. Isto se dá com nitidez no decorrer da festa do Corpus Christi. A juventude é procurada e ela própria se sente na obrigação de estar no meio, junta às demais pessoas, unidas para fazer acontecer a festa. Seu espírito de animação é marca constante nos preparativos que começam bem cedo, de madrugada. Gritos, piadas nada religiosas, som alto nos fones de ouvidos, sorrisos nos lábios, olhares curiosos... fazem parte do seu eu provocante que demonstra que está ali fazendo e faz.
Desse modo, o colorido dos pós de serra e de café, das cascas dos ovos, das folhas secas e verdes se encontram num tom harmonioso nas figuras religiosas e tapete traçados no chão que enfeitam as ruas numa singeleza colossal, convidando a todos para se unirem no grande momento da passa do Cristo Eucarístico. E Ele, quando vem, traz consigo uma enorme multidão que abre alas para a sua passada. O povo todo sente de perto Jesus que nos é sinalada pelo Pão Eucarístico, e a juventude, misturada junto ao povo, se sente feliz por ter dado sua contribuição nos preparativos dos festejos e que agora canta, reza, louva, pede e caminha com Cristo que abençoa a todos com a sua presença.
Assim, a festa do Corpus de Christi proporciona a juventude participar verdadeiramente do Corpo de Cristo, ou seja, da Comunidade Serva que se coloca a serviço daqueles que precisam; da Comunidade Orante que busca forças no Transcendente para continuar firmes na Via Crucis do seu dia-a-dia; da Comunidade Unida que vive o espírito fraterno sinalizando que um mundo melhor é possível. E ela, a juventude, acredita nisso.

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