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quinta-feira, 4 de junho de 2009

Desenvolvimento sustentável: um imperativo necessário

Iniciamos o mês de junho com a Semana Mundial do Meio Ambiente. Alvo de acirradas discussões hoje, as questões ambientais que enfrentamos, a começar pelo aquecimento global, têm em Al Gore, vice-presidente dos Estados Unidos no governo de Bill Clinton e candidato derrotado às eleições presidenciais em 2000, um grande protagonista. Ao contrário do que pronunciou a Ciência na alvorada dos séculos XIX e XX, os recursos naturais do planeta terra não são inesgotáveis. Al Gore foi um dos primeiros a estudar em profundidade e a defender mundialmente que se a humanidade não mudasse seu ritmo de exploração, não teríamos um clima favorável, a natureza em harmonia, um lar por muito tempo. Hoje, após sérias tragédias, as palavras do norte-americano deixaram de ser encaradas como mera balela e foram aceitas a duras penas.
Ao narrar a criação do mundo o Gênesis deixa claro que ele foi criado para que o submetêssemos sim, mas não o destruíssemos; ele existe para garantir nossa sobrevivência e não para que o destruamos sob o pretexto de um desenvolvimento que deixa de ser desenvolvimento quando começa a destruir as possibilidades de existência humana no planeta.
No Brasil, a questão ambiental ainda enfrenta sérios entraves. Contudo há notável avanço. Basta considerarmos, por exemplo, os inúmeros esforços desde o final dos anos de 1960, fortalecidos nos anos 70 e 80. Neste período imperava a descrença social em relação à questão ambiental, governo militar, carência de recursos, etc. Atualmente isso mudou, porém, talvez não na proporção exigida pelas transformações climáticas que temos tido, como a tragédia de Santa Catarina (furacões e outras situações completamente atípicas no país).
Em 2003, a1ª Conferência Nacional Infanto-Juvenil pelo Meio Ambiente (CNIJMA) foi um marco importante nesta história, pois impulsionou as proposta dos Coletivos Jovens de Meio Ambiente (CJs) fundada nos princípios de educação do jovem pelo jovem e uma geração aprende com a outra; envolveu estudantes das escolas de Ensino fundamental através de conferências de meio ambiente nas escolas e permitiu a articulação de várias parcerias e trabalhos na área.
Além da Conferência, têm-se outras iniciativas desenvolvidas ou apoiadas pelo Órgão Gestor da Política Nacional de Educação Ambiental (MMA e MEC), tais como a 2ª edição da Conferência Nacional Infanto-juvenil pelo Meio Ambiente - 2005/2006-, o Programa Juventude e Meio Ambiente, a Rede da Juventude pelo Meio Ambiente e Sustentabilidade (REJUMA) e o Projeto Geo Juvenil Brasil, todas desenvolvidas a partir de 2003.
Um dos grandes méritos destes movimentos foi a priorização do jovem como cidadão, articulador e transformador desta realidade. Enfatizou-se o seu protagonismo a partir da educação, base de qualquer projeto transformador que se pretenda eficaz. Houve ainda o envolvimento de grande diversidade de organizações: skatistas, surfistas, agricultores, estudantes, trabalhadores, partidos políticos, movimentos sociais, religiosos, empresários,...
Iniciativas como estas reforçam o sucesso e o empenho da juventude em compreender a complexidade dos desafios atuais e propor mudanças substanciais. Também deixam claramente equivocadas as leituras que se faziam da juventude como escolarizada e de pouca consideração à diversidade de movimentos e organizações juvenis existentes. Ao contrário, “dá um show” de inovação e potencial de construção de um novo mundo. Este dinamismo fica ainda mais evidente quando lembramos o empenho com que a juventude participou dos fóruns mundiais, bem como outros eventos internacionais, nos quais marcamos presença.
Além disso, há também instrumentos legais importantes, como a Lei 6.981/81 que instituiu o Sistema Nacional de Meio Ambiente (SISNAMA), embora não mencione a juventude como um dos 58 de seus componentes. A Constituição Federal de 1988, art. Nº 225 estabelece igualdade de direito ao meio ambiente equilibrado, bem de uso de todos e essencial à boa qualidade de vida, devendo o poder público e a sociedade defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações. Ironicamente e em ligeira oposição a esta idéia, a Lei 9.795/99 (Política Nacional de Educação Ambiental) estabelece que a Educação Ambiental não deve ser disciplina no ensino básico, mas trabalhada de forma transversal e que ela não restringe ao ensino formal.
Vê-se assim, que, embora tenha amparo jurídico, este se apresenta como insuficiente e ainda conta com uma séria lacuna: não oferece o apoio necessário a um dos maiores pilares desta luta: a juventude. À medida que o tempo passa, a questão vai ficando mais séria e está claro que não dá para, apenas, ficar esperando a boa vontade de nossos líderes governamentais para intervenções mais eficazes na área, mesmo porque, ao mesmo tempo que são os representantes do povo, eles também são mega empresários ou têm relações muito estreitas com estes. Isso significa que tomar as medidas necessárias significa ir contra grande parte, para não dizer todos, dos interesses de nossos principais representantes políticos. Portanto é hora de uma vez mais, mostrarmos o vigor e potencial jovem, mostrando que quando queremos, as coisas acontecem. E você, já pensou em como dar sua colaboração nesta luta?



Sugestões de filmes:
Uma verdade Inconveniente – documentário com Al Gore;
O dia Depois de Amanhã - Dirigido por Roland Emmerich (Independence Day).

Elias Soares, Postulante SDN e graduando em Filosofia-BH-MG.
eliasmmg2@yahoo.com.br

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