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quinta-feira, 2 de julho de 2009

Namorar e Ficar, distinções.

Davi Duarte, Postulante SDN, graduando em Filosofia BH-MG.


Para iniciarmos a falar sobre namoro, é fundamental fazer a conceituação do mesmo, além de ser importante distinguir “namoro” de “ficar”, que é uma coisa tão dinamizada- hoje- entre os jovens.
Primeiramente, vamos ver um comentário sobre o ato de ficar, para Oliveira et AL na revista Brasileira de enfermagem em um artigo intitulado "Pegar", "ficar" e "namorar": representações sociais de relacionamentos entre adolescentes”. Ela define “pegar” assim: “Os adolescentes se referem a pegar como um ato espontâneo, não repetível, sem compromisso e no qual o interesse físico predomina, quer pela beleza ou pela sensualidade.” E ficar: “O ficar, por sua vez, é descrito como um relacionamento em que os atores sociais possuem uma intimidade e uma proximidade maiores, se vêem em uma freqüência que pode adquirir uma regularidade e até desembocar em um namoro.”
Desta forma, segundo a autora, o ato ficar está muito mais relacionado ao não compromisso, onde o corpo permeia a relação, em alguns casos pode chegar ao namoro, mas é muito mais permeado pelo ato do interesse físico.
Já namorar para Ferreira (1995): “o conceito de namorar é [...] procurar inspirar amor a, apaixonar-se, cativar, atrair. Manter relações de namoro com, ser namorado de. Desejar ardentemente; cobiçar. Empregar todos os esforços para obter. Procurar, conquistar”. Ao mesmo tempo, o termo tem como significado também, o “ato de namorar, galanteio, chamego, xodó”. Já para Costa (1997): namorar é “um valor, ou seja, é algo que aponta para aquilo que devemos ter, ser ou desejar”. (retirado de MALAGGI)
Se feito um paralelo entre estes dois termos, ficar e namorar, aqui explicitados, teremos a analise de que ficar é um ato de relacionamento supérfluo, onde um aproveita do outro, ou seja, o ser humano é tido como “descartável”, utilizo e posso não ter mais nenhum tipo de relação com ele em um outro instante. Já o ato de namorar requer um compromisso, é mais sério, é uma relação que envolve duas pessoas que procuram se conhecer melhor, para possivelmente constituir uma família.
Assim o namoro é uma fase de acréscimo do ser humano. Trata-se de um relacionamento social-afetivo-sexual que pode evoluir para um relacionamento duradouro ou para o termino, devido o conhecimento que os envolvidos adquirem no decorrer da relação, ou seja, parte-se de um relacionamento de auto conhecer-se e conhecer o outro.
Portanto, para a juventude é crucial o ato namorar, ao invés do apenas ficar, pois namorar remete ao compromisso, ao inicio de uma vida com mais responsabilidade. Tudo isso ocorre porque namorar significa amar o outro e esse amor significa sair de si mesmo, para o outro. Na época de namoro, geralmente, o casal é feliz porque cada um doa-se ao outro e isso provoca um estado de plenitude, de felicidade, de alegria, de contentamento. Esse doar-se significa dar atenção ao outro, dar estímulos positivos, valorizando o outro, aprendendo junto na convivência, crescendo junto na relação, dando e recebendo apoio, agüentando as situações difíceis, cada um contribuindo para que haja a realização recíproca das necessidades emocionais e psicológicas, num relacionamento maduro. Esse doar-se recíproco, da época do namoro, é uma das experiências mais marcantes da vida, já que nessa época há uma troca recíproca de estímulos que realiza integralmente cada um, tornando tudo mais prazeroso, fazendo os dois sentirem-se muito mais felizes e realizados como seres humanos.
Assim, no namoro há um aprendizado conjunto de como fazer o outro mais feliz, e isso traz mais ternura, mais alegria, mais amor, mais realização. E nesse aprendizado há um aspecto importante: os dois colocam-se numa posição de igualdade, pois como cada um quer a felicidade do outro, nenhum quer se colocar acima ou abaixo do outro, mostrando-se superior ou inferior, nenhum quer dominar o outro, obrigando-o a ser submisso ou dependente, numa relação de possessividade onde um quer mostrar ao outro que ele é uma posse ou uma propriedade, nenhum quer manipular o outro, acusar ou culpar por alguma coisa. Num namoro, onde há verdadeiro amor, não há lugar para essas coisas ou até para ciúme, já que o amor predispõe cada um a desejar o bem e a felicidade do outro.
Por fim, é notável a fluidez exercida entre a atração do “ficar” que se mascara na liberdade, e do namoro que pode ser distinguido pela afetividade e maturidade entre a relação das pessoas envolvidas. Portanto, é importante para os jovens ter claro a importância do namoro.

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