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quarta-feira, 8 de julho de 2009

SENTIDO: ser humano?


Lucas de Souza Silva, Postulante SDN e graduando em Filosofia, BH-MG.
lucaslss1@yahoo.com.br

O ser humano busca um sentido para vida. Para ele tudo o que se faz tem um sentido, palavras, atos e ações sempre possuem uma razão de “ser” e um desejo de serem realizados. Mas qual é esse sentido buscado?
Num contexto de descrença total que a contemporaneidade vive, o ter “fé” é algo que dá sentido a vida, pois o ser humano tem a necessidade de crer em alguma coisa ou em alguém. Sobre isto, lembra Santo Agostinho, existe um sentido na fé, que é a certeza de uma vida. Isto, porque, na dimensão do crer, o qual significa sentir com o coração, busca-se sempre dar sentido a tudo o que se faz. Por isso e fé torna-se uma vida, pois o ser humano é o único animal que vive em busca da verdade e de dar sentido a sua existência.
O ser humano vive em busca da verdade, este é o drama humano, que só se descobre quando busca a verdade. Lembra Fernando Pessoa, o segredo da busca que não se acha. Isto, porque a verdade não se revela, ela deve ser buscada, porém nunca será encontrada em sua totalidade.
Ontologicamente o ser humano é um ser que mergulha no mundo em busca do sentido, transforma-se, muda e vive em busca da verdade, a qual é a essência de sua busca, que não pode ser encontrada, mas que o anima e o da vida, para firmar a sua autenticidade enquanto humano.
Nesta autenticidade humana, o ser humano está para conhecer, ou seja, ele está numa conversão constante em busca de sentido e da verdade. Isto lembra que o conhecer, para o ser humano concreto, é preciso experimentar, ou seja, o conhecer parte de uma experiência. Recorda Guimarães Rosa, a experiência é travessia. Isto, porque, experimentar é mudar, e mudança gera medo, pois ela é perigosa.
Este perigo está no fato de que a mudança desafia constantemente a possibilidade de conhecer a finalidade da realidade, ou seja, mudar não permite que conheças a realidade como tal, isso gera uma duvida sobre a verdade e uma busca interminável pelo sentido pleno.
Desse modo, deve-se cultivar na vida a mudança, pois mesmo ela sendo perigosa é a única forma de poder conhecer o máximo das diversas realidades. Na vida deve-se ser um “romeiro”, o qual sempre caminha em busca do sentido e descobre que só o encontrará nas diversas realidades que ele enfrenta na sua caminhada.
Com isso, pode-se dizer que o sentido da vida não está em algo ou em alguém, mas na caminhada que se faz com aqueles que desejam caminhar ao seu lado, em busca de um sentido que só será encontrado na essência do crer, ou seja, na confiança de que sempre haverá um caminho a ser percorrido.
Assim, a realidade só tem sentido para os olhos que vem nela algum sentido, o desencanto pela vida e pela realidade está nos olhos de quem a admira, pois o sentido da vida para o ser humano deve estar não no fim, mas no caminho até o seu fim.

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