Pesquisar este blog

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Um buraco no telhado da casa

Edimar Antônio, postulante SDN e graduando em filosofia BH.- MG.
edimarsdn@yahoo.com.br

No dia 16 de setembro comemora-se o dia Internacional de Proteção à Camada de Ozônio. Essa data foi concebida em decorrência de pesquisas e estudos realizados na década de 1970, quando constatou-se a diminuição considerável do gás ozônio presente na atmosfera, o que propiciou uma maior incidência de raios ultravioletas na Terra. Tal fenômeno tornou-se responsável por doenças, inclusive cancerígenas, e crises na produção agrícola.
A camada de ozônio é uma espécie de proteção natural que envolve o nosso planeta, preservando-nos dos raios solares de intensidade mais elevada. Devido, no entanto, ao constante lançamento de gás carbônico e CFCs (clorofluorcarbonos) no espaço, emitido por veículos e indústrias, esta camada foi sendo corroída até formar um buraco assustador, visível em fotos de satélites, conhecida por “buraco negro”, por onde passam raios nocivos à saúde humana e que ameaça a vida. Espalhou-se, por sua causa, pouco rendimento nas regiões agrícolas e doenças como a catarata, a depressão do sistema imunológico e, especialmente, o câncer de pele, doença das que mais matam em todo o mundo atualmente.
A comemoração desta data é pensada como meio de debates, reflexões e atitudes a serem tomadas frente à crescente destruição, em cuja raiz está o próprio homem contra si mesmo e ao seu habitat. Todos os anos a Secretaria de Estado do Meio Ambiente (SMA) realiza seminários para discutir essa temática, buscando a conscientização de todos, tão necessária, revendo a nossa contribuição ambiental para a diminuição do buraco na camada de ozônio. Como gesto concreto, as empresas privadas são advertidas e orientadas no sentido de não se utilizarem de gases destrutivos como os CFCs, liberados pelos sistemas de refrigeração industrial.
Os debates, acompanhados de compromissos feitos, têm rendido bons resultados e projeções animadoras. Porém, como os gases liberados demoram cerca de 15 anos para chegar à camada de ozônio, muitos erros do passado serão sentidos, literalmente, na pele, pelos próximos anos.
A contribuição que se espera de nós para essa data e a partir dela, diz respeito a um novo olhar lançado ao mundo, em vista da nossa escolha incondicional pela vida. Se entendemos a Camada de Ozônio como um “escudo” de proteção contra os raios nocivos ao ecossistema, devemos lutar para preservá-la. Colocar-se em posição de defesa pela vida não é fácil, já que depende das convicções que nos retiram do comodismo e nos colocam em situação de conscientização e revolução, uma vez concebidos interiormente tais agentes de mudança, sem os quais não pode haver luta.
Em linhas gerais, o ato de lutar pressupõe o interesse, a predisposição, o diálogo e a partilha de idéias referentes a esta questão: como agir frente à emissão de gases poluentes para contribuir com um planeta mais saudável? Dificilmente uma tarefa dessa dimensão poderá obter respostas práticas e satisfatórias sem uma devida participação coletiva e processual. Isso significa que todo o esforço para o problema deve se dar pelo incentivo sócio-comunitário, pela interação de famílias e grupos associados, pautando-se pela questão ambiental. Além de se tornar essa luta não apenas um compromisso de cidadania ou um problema a mais a ser resolvido, tratamo-la, como um novo jeito de ser, um modo como estabelecemos o nosso proceder.
Concluindo essas reflexões, tomo a liberdade de ilustrar aos leitores uma imagem bastante simples, mas que aqui interessa e creio ser válida. Imaginemos que a nossa casa está sendo destruída aos poucos, como se estivéssemos liberando fumaças, durante anos seguidos, contra o telhado frágil e que não pode ser reformado devido à estrutura complexa da casa. Evidente que a causa dessa fumaça deva ser por boa intenção, como um churrasco entre amigos. Porém, será mesmo interessante realizar um bem supérfluo e momentâneo (um churrasco), a desprezar um bem vital e duradouro (a proteção da casa)? Por que então não procurar outro ambiente para tais diversões que não prejudiquem a moradia que se possui?
Para a realização de nossas atividades, façamos o uso de novas alternativas que sejam ecologicamente corretas. Esse é um compromisso de todos nós!

Nenhum comentário:

Postar um comentário