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sábado, 10 de outubro de 2009

É culpa do Professor!

Raquel Ferreira de Souza
Graduada em Letras (PUCMINAS); pós graduada em Arteterapia em Educação (UCAM/RJ) e Gestão de Negócios (UNOPAR/PR) e Mestranda em Filosofia (FAJE/BH)
professoraraquelsouza@yahoo.com.br

Uma figura, atualmente, desvalorizada pela sociedade é a do professor. Questão contraditória, visto que é só por existir pessoas que disponibilizam ao ensino, que estamos aqui (eu, escrevendo por hora; você, daqui a pouco, lendo).
Definitivamente, o que motiva o professor a exercer tal profissão não é o salário, tampouco os estudantes, que – cada vez mais – fazem circular a “moeda” corrente do ensino: os pontos – antes de dar “bom dia”, pede-se pontos!
A sociedade atual é reflexo da mudança de prioridades, ou seja, há uma nova valorização das coisas. Se o saber não é prioridade, os agentes do saber também não são! O motor das pessoas da contemporaneidade tem sido a vantagem, o jeitinho, quase hora nenhuma, o conhecimento. É comum ouvir os estudantes perguntando o porquê de estudarem. É fácil responder, mas o “nó na garganta” que surge no professor ao ouvir isto impede a resposta.
Não é só o professor institucionalizado que é professor; todas as pessoas, de alguma maneira, ensinam o que se deve e o que não se deve fazer.
Somos filhos de uma sociedade de “faltas”, e todas elas podem ser resumidas com a falta da educação. O ser humano só aprende a ser melhor (em todos os sentidos) se for ensinado. Ensina-se a ter bom caráter, bom senso, ter cuidado com as pessoas, respeito à vida humana, respeito à vida alheia, respeito com o meio em que se vive, e outros. É muito comum confundir conhecimento com dados acadêmicos, no entanto, quiséramos nós que todas as faltas sociais fossem apenas escassez de conhecimento acadêmico!
Podemos continuar com nosso individualismo, cada qual com sua “vidazinha”, esquecendo-se de ensinar e aprender com as pessoas, ou então podemos repensar nossas vidas, nossas perspectivas e sonhos, projeções de futuro, etc. Não existe sociedade sem educação, já que para se viver em comunidade é necessário seguir padrões institucionalizados, que podem ser respeitados pelo simples fato de se ter educação e consciência, ou porque a desobediência às regras gera conseqüências.
Se há pessoas de bem, conscientes, responsáveis, respeitadoras, sábias, educadas, a culpa é do professor! São assim porque tiveram professores – professores de vida, de mundo!
15 de outubro – dia do professor – que o valor dessa figura tão importante nas sociedades seja reconhecido, não apenas em um dia, mas que a gratidão pelo que se aprendeu seja latente.

2 comentários:

  1. Na vida, existem os bons e os maus encontros. Com os maus, aprende-se as coisas erradas. Com os bons, aprende-se a viver. É de uma lucidez tão clara esse texto que chega a ser comovente. Parabéns, querida professora Raquel. É um orgulho ser seu aluno. Muito obrigado pelo bom encontro nessa vida.

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  2. Olá Raquel,

    meus parabéns pelo texto, muito coerente e oportuno. A falta de valorização dos professores é apenas uma face de nossa realidade, a humanidade está com os valores todos deturpados e parece que está tudo bem. Vejo isso como conseqüência de nunca terem ensinado agente a pensar. Só é conveniente para o que dominam as massas que saibamos imaginar e recordar, as outras faculdades de nossa mente como entender, raciocinar, refletir são muito perigosas para o despotismo esclarecido que ainda hj reina. Somos levados por pensamentos alheios, e enquanto não criarmos nossos próprios pensamentos seremos levado pela vida. Deixa a vida nos levar, vida leeeeva eu..... E por aí caminha a humanidade....

    Abração pra vc.

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