Pesquisar este blog

terça-feira, 27 de outubro de 2009

O nosso dia nacional da juventude


Luis H. M. Leite, graduando em Filosofia ISTA-BG-MG e postulante da Ordem de Santo Agostinho

luishernandes@pop.com.br

O papa Bento XVI disse, referindo-se aos jovens, que “os anos que vós estais vivendo são os anos que preparam o vosso futuro. O ‘amanhã’ depende muito de como estais vivendo o ‘hoje’ da juventude”.(Encontro com os Jovens, Pacaembu, São Paulo, 10 de maio de 2007) Iluminados, então, por essas palavras os jovens brasileiros prosseguem com mais vigor a luta por um futuro de vida para todos.

Desde 1986 a Pastoral da Juventude dedica um dia para a juventude, assim sendo, o Dia Nacional da Juventude – DNJ motiva uma profunda reflexão sobre os temas sociais e a ação dos jovens, em todo território nacional.

Neste ano o tema abordado é Contra o extermínio da juventude, na luta pela vida; e está em consonância com a Campanha da Fraternidade – desenvolvida durante a quaresma – que tratou sobre a questão da segurança pública. Além do tema, o DNJ conta com um lema, que geralmente se torna um grito de guerra nos encontros. Ele é Juventude em marcha contra a violência.

Como preparação ao DNJ as dioceses são chamadas a discutir algumas temáticas, como Juventude e Exclusão Social, Redução da Maioridade Penal, e Jovens: Construtores da Paz e da Justiça. E por fim, realizar uma celebração que marque a caminhada da juventude organizada e comprometida com o seu futuro e com a realidade social.

As temáticas propostas visam uma discussão sobre questões que envolvem diretamente os jovens, desde os problemas que os segregam às atitudes que favorecem uma cultura de paz. A atuação de jovens críticos e conscientes da conjuntura brasileira conduz a uma intervenção direta nas causas da violência.

Ainda na Campanha da Fraternidade, a Igreja no Brasil viu a necessidade de promover um diálogo que capacite o povo a reconhecer a violência na sua realidade pessoal e social, bem como a denunciar a gravidade dos crimes contra a ética, a economia, gestões públicas, e as injustiças presentes nos institutos de prisão especial, do foro privilegiado para políticos, e da imunidade parlamentar contra crimes comuns. Nessa mesma linha, os jovens são convidados a um debate sobre a diminuição da maioridade penal e suas consequências, bem como sobre as ocasiões que levam ao extermínio da juventude, tanto no que se refere à falta de oportunidades, quanto à vitimação através de atos violentos.

Este debate está em harmonia com a denuncia do modelo punitivo que predomina no sistema penal brasileiro. A proposta da Igreja é que se fortaleçam as ações educativas, penas alternativas, e a aplicação da justiça restaurativa.

Por isso, os jovens despertam-se numa marcha contra a violência e a impunidade, e decidem-se a viver de tal forma que garantam um futuro digno a si e a todos. O hoje da juventude deve ser garantia de um amanhã pautado na segurança, na paz, na justiça, e nas políticas de inclusão.

O DNJ 2009 que acontecerá no último fim de semana de outubro é uma ocasião propícia para a mobilização das dioceses e paróquias promovendo um agir solidário. As palavras do Apóstolo Paulo ao jovem Timóteo, também são um convite para a juventude do século XXI não se acomodar e fazer-se presente nas discussões da vida pública e tornar-se exemplo sem temer o desprezo. A Igreja Católica, através do DNJ e da atuação das suas pastorais quer valorizar o jovem, já que segundo o Apóstolo: “Ninguém te despreze por seres jovem. Ao contrário, torna-te modelo para os fiéis, no modo de falar e de viver, na caridade, na fé, na castidade”( I Tim 4,12)

Nenhum comentário:

Postar um comentário