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quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Coisa publica

Neimar Vieira, graduando em Filosofia, ISTA - BH-MG. .


No dia 15 de novembro de 1889, no Rio de Janeiro, então capital do Império do Brasil aconteceu um golpe organizado por militares, ali se deu inicio a República Federativa do Brasil.

A palavra República de origem do latim “Res publica = coisa publica” é um regime no qual o povo escolhe seu governante no caso o Presidente, ou como feito ha poucos dias atrás, escolhe também seus representantes municipais. Esta escolha é feita pelo voto livre no qual o eleitor tem total consciência do que é a ciência política. Bom pelo menos deveria ter, mas observando as relações institucionais percebe-se que tal consciência não existe.

Política há alguns séculos atrás aproximadamente desde o século V aC. até o século XV dC., foi considerada uma arte, como os antigos e os clássicos diziam, “a arte de bem governar”. Contudo a partir da renascença esta arte se transformou numa ciência na qual a política se identifica com o jogo das relações sociais, algo que de certa maneira nos acompanha nos dias de hoje. Os jogos entre as pessoas, todas as relações desde as familiares até as mais altas instituições vivem jogando, analisando, elaborando estratégias para adquirirem o poder. Este que perdeu seu sentido quando o seu detentor não garante a sua realização em vista do todo, em vista de assegurar condições de vida para o seu povo, tudo aquilo que faz parte dos direitos dos cidadãos.

Desde a proclamação da Republica o Brasil passou por varias formas de governo, houve tempos em que nada era publico ao contrario de hoje no que diz respeito ao povo ter conhecimento do que acontece do Senado as prefeituras, afinal a mídia mantém todos informados, é claro que nem sempre esta é fiel aos acontecimentos, mas pelo menos deixa transparecer as grandes contradições dos “homens de colarinho branco”. Porém este povo parece não se interessar muito por mudanças. Alguns afirmam que não existe interesse da população por mudanças, pois a chamada crise ética afeta do mínimo ao máximo das relações humanas.

Bem se não existe vontade de mudanças de um povo viciado em contradições cabe a nova geração de cidadãos a “transvalorizar” os valores regentes e criar um novo Ethos (ética) no qual a coisa publica seja uma morada segura para todos. Para se construir uma casa que possa assegurar tal estrutura, o ser humano tem que ser o alicerce principal. Agora o jogo muda de representação, pois os detentores do poder terão consciência de que ele existe mesmo sem a sua pessoa e a Res publica toma forma de um bom governo.

Talvez seja uma utopia pensar assim, mas um país que já foi colônia enriquecendo europeus que garantiam a segurança da Metrópole em troca de madeira e ouro, um país que quando Império enchia os bolsos dos ingleses e da burguesia local e que hoje, como República esta a mercê do capital estrangeiro, da chamada economia global na qual quem fatura são as multinacionais e os grandes bancos não há nada de mal em sonhar com uma possibilidade de uma republica que faça da palavra algo vivo em nosso meio.

Resta esperar que estes jovens brasileiros despertem e quebrem os grilhões desta tradição corrupta manchada pela subordinação aos senhores do mundo e passe a criar seus próprios valores, mas para que isso possa vir a acontecer é necessário que a juventude tenha conhecimento do que é a política e de como as coisas funcionam neste país e que tenha muita disposição para reverter as situações vigentes na “coisa publica”, mesmo desacreditados da vida política devido ao excesso de corrupção instaurado nos grupos políticos é necessário uma tentativa para que as mudanças aconteçam, senão continuaremos a encher os cofres de muitas pessoas, desculpe, de algumas pessoas. Afinal como todos sabem, é uma minoria os privilegiados neste país chamado de República Federativa do Brasil.

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