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sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Cultura jovem... Que cultura?

Diego F. Moreira, postulante da Ordem de Santo Agostinho e graduando em Filosofia – ISTA-BH-MG.

Diariamente nos jornais e revistas, telejornais, na internet, encontramos diferentes palavras que instituem sentidos para a “cultura jovem”, como: clubber, surfista, roqueiro, hip hop, esportista, radical, rebelde, patricinha, tribo, mauricinho, cool, alternativo, moderno, punk, entre outras tantas nomeações que existam por aí, que delineiam esses “ser jovem”.

Da mesma forma, quando o tema é juventude, são cada vez mais freqüentes temas como o tal “protagonismo juvenil” na sociedade contemporânea: gravidez na adolescência, drogas, o consumo, novas tecnologias, moda, beleza, entretenimento, violência, educação, emprego, desemprego, esportes radicais, música, violência.

Na contramão de tudo isso, os jovens vêm sendo constantemente convocados a “ter atitude” (expressão comum em nosso tempo) ou convidados a optarem por determinados grupos ou tribos o que, como sabemos, significa consumir produtos que os identifiquem a esse e/ou aquele estilo de vida e comportamento: seja música, filmes, roupas, bebidas, programas de tv, carros, etc.

A expressão “ter atitude” começa a ganhar um novo sentido: uma expressão relacionada às características desejáveis ou pertencentes ao universo do jovem. Ele é convocado, interpelado, pelos mais variados discursos a “ter atitude”. Este jeito de ver o jovem caracteriza o jovem como sendo um gerador de grandes problemas sociais, ao mesmo tempo que o considera a solução dos problemas sociais, desde que tenha atitude, como dizem os neoliberais. O jovem é visto como “delinqüente” e também responsável pelo destino da sociedade

Neste sentido, a tentativa de compreensão do universo jovem, e em especial a inserção do “ter atitude” neste contexto, deve passar pela análise da mídia, procurando compreender a cultura jovem do mundo atual. Sabemos que a mídia ocupa um importante espaço na sociedade, ensinando diferentes formas de viver, de relacionar-se com o outro e consigo mesmo. Um novo universo no qual o jovem se sente inserido. Penso ser cada vez mais necessário buscar um novo olhar sobre a forma como a mídia tem tratado os temas sobre a “atitude jovem” em nosso tempo.

Os discursos que antes narravam a juventude como uma fase da vida relacionada à aventura e à rebeldia, é enriquecido agora com a idéia de singularidade, de originalidade, de ocupar-se consigo mesmo. Tudo serve para representar uma juventude que é ao mesmo tempo única e plural.

No caminho até aqui, construímos essa perspectiva daquilo que os meios percebem como cultura jovem, e faço então um questionamento: Quais têm sido as “culturas” da nossa juventude atual? Cultura do Narcisismo? Imediatismo? Ou seria melhor acreditarmos (nos enganando?) em culturas mais positivas, pois a nossa juventude “ainda tem jeito”? Sim, tem jeito! Mas, a máquina capitalista só faz gerar jovens ególatras – que pensam em si mesmos não os permitindo vislumbrar aquilo que é superior, aquilo que os fará transcender – passar de um plano inferior ao superior, seja nas relações (muitas vezes superficiais e descartáveis) seja na sua vida interior, na relação consigo mesmo.

Já dizia o saudoso Papa João Paulo II num de seus muitos discursos direcionados à juventude: “Jovem, se soubesses a força que tens, mudarias o mundo!” Creiamos que podemos construir um horizonte mais feliz para todos nós, mas que o futuro é algo do qual somos todos responsáveis. Por outro lado, há algo mais urgente para cuidarmos do que o futuro: O PRESENTE!

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