Adriano e F. Romano*
“Ah! Que saudades daqueles carnavais de antigamente!” diriam nossos pais. Carnavais de salão, marchinhas, Colombina e Pierrô, confete e serpentina faziam a alegria da antiga mocidade. Havia também os carnavais de rua, desfiles, concursos de Rei Momo, entre outros eventos.
No decorrer dos anos, transformações puderam ser observadas. Os bailes de salão se extinguiram. Confete tornou-se raro. Há, em algumas cidades, a riquíssima tradição das escolas de samba e, em outras, a presença dos trios elétricos, mas os blocos carnavalescos tornaram-se presença marcante nesta festividade muito apreciada nacionalmente.
Em se tratando de estilos musicais, o samba ocupa o primeiro lugar no ranking dos mais conhecidos. Também há presença do axé. Em Pernambuco não se fala em outra coisa além de frevo e maracatu. Está na moda “roubar um pedacinho” da noite e fazer um baile funk. Enfim, músicas dos mais variados gêneros alegram os festeiros.
Mas, porque relatar todo esse legado cultural carnavalesco? Já que estamos falando de moda e atualidade, nada melhor que fazer um retrato do Carnaval que ocupa lugar nas ruas das cidades, hoje. Cada vez mais a cultura que existe em torno dessa festa está se esgotando. O que seria um momento de lazer e descontração está sendo banalizado. É fato que há resquícios dessa cultura espalhados em todo o país, mas sua essência está se dissipando com o tempo.
Hoje, bebe-se mais e “pula-se” menos carnaval. Droga-se mais e dança-se menos. O Carnaval de salão deu lugar ao Carnaval de rua, que, por sua vez, foi substituído pelo sexo irresponsável e desrespeitoso. As personagens Colombina, Pierrô, Rei Momo dentre outros, que já estavam com pouco ibope, foram trocados definitivamente pela cocaína, extasy, LSD. Os blocos e trios elétricos passam fazendo sua festa e, quem os “curte”? Apenas a minoria que ainda se encontra sóbria. Desfiles de escola de samba perdem sua beleza natural por causa de brigas de torcidas, que por sinal preferem ser chamadas de adversárias...
Uma pergunta surge desse contexto: quem são os responsáveis pelos nossos carnavais? Ou melhor, qual o público-alvo dessa festividade? A resposta é óbvia: os jovens. E nós, jovens, somos dotados de um grande poder de transformação. Um detalhe importantíssimo: nós não somos robôs de uma sociedade de consumo, escravos de um padrão (por sinal errôneo) de vida que prega o prazer etéreo e o gozo passageiro. Não estamos falando de ser “bregas”, pois o tempo evoluiu e confetes e marchinhas já não cabem mais em nosso tempo. O que queremos nos referir é com relação à defesa da vida e da dignidade da pessoa humana.
O jovem é, por excelência, cheio de ânimo. Festejar é algo bom e, de certo modo, está inerente à sua faixa etária. Mas cabe a cada um de nós a responsabilidade de fazer a diferença. Usar o nosso poder de transformação para melhorar a qualidade não só do Carnaval, mas de qualquer outra festa. Devemos estar cientes que, seja qual for a droga, ela não é capaz de nos realizar enquanto pessoas; seu efeito passa e a decepção recai sobre nossas cabeças, massacrando nossa consciência. Sem falar nos malefícios à nossa saúde física e psíquica. O sexo abusivo faz-nos perder nossa humanidade, tornando-nos como que animais. E, muitas vezes sem prevenção, ocasiona as doenças sexualmente transmissíveis ou até mesmo o extremo crime do aborto.
Para terminar esse artigo, fica da nossa parte um apelo: A você, jovem, que como todo e qualquer jovem gosta de festejar, saiba aproveitar sábia e sadiamente cada momento. Não se deixe levar pela onda destrutiva que nos circunda; faça a diferença! Ser brega é deixar a sua vida ser tragada por tais “pseudo-felicidades”. Lutemos por fazer Carnavais que verdadeiramente nos traga a felicidade e o prazer de viver, preservando o respeito à vida e a alegria do convívio saudável com as pessoas. E que um dia, num futuro próximo, possamos exclamar: “Ah! Que saudades daqueles carnavais de antigamente!”
*Adriano Barros – Formando sdn, graduando em filosofia, ISTA-BH-MG (adrianobsdn@hotmail.com)
*Francisco G. Romano – Formando sdn, graduando em filosofia, FAJE-BH-MG (r.o.m.a.n.o@hotmail.com)
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