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segunda-feira, 4 de maio de 2009

“A amizade é uma alma com dois corpos”

No decorrer da existência humana vivenciamos diversas experiências, na dimensão da sexualidade, namoro, primeiro amor..., principalmente quando se refere à juventude cujas experiências são vividas mais intensamente. Uma das experiências mais belas existentes na vida humana quando vivida de maneira profunda é a amizade. A amizade é como o interior de uma Igreja. Esta é silenciosa, não porque está vazia, mas porque nela palpita uma vida.
A amizade é a capacidade de deixar o egoísmo, sair da
superficialidade da vida e doar-se gratuitamente ao outro, enquanto que, uma relação de puro interesse é morta, um amor “cortado”, instrumentalizado. A relação com o outro não deve girar em torno de interresses pessoais, sendo assim estar-se-á vivendo de maneira mecânica, consequentemente a inter-relação vai perdendo seu lugar para o individualismo. Este é um dos desafios de hoje (superar o individualismo), pois a impressão que se tem é que as relações, o contato com o outro está perdendo seu sentido. A amizade favorece o crescimento humano, pois se vivida com intensidade é capaz de atingir uma perfeita realização e uma verdadeira relação de amor. Essa torna-se indispensável ao jovem que deseja atingir a plenitude de sua humanidade, pois as pessoas amigas conseguem transformar momentos vividos em uma autêntica expressão de amor e cuidado pela outra.
Cada um vive as emoções de maneira particular,
mas a experiência de uma amizade não se vive somente de maneira peculiar, pois a amizade é uma “emoção da alma” causada pelo movimento de duas pessoas que se encontram e se unem independente da vontade, são duas vidas que se encontram. Como diz Aristóteles:” A amizade é uma alma com dois corpos”.
Diante de um verdadeiro amigo ou amiga não precisa de palavras nem de gestos, o silêncio basta, pois pensar na amizade entre os seres humanos logo temos a sensação de carinho, acolhimento e alegria. Diante de um amigo não precisa usar máscaras, nem vergonha de mostrar que somos vulneráveis, pois amor entre dois amigos é incondicional é livre e de maneira alguma há preconceitos.
Há mais ou menos 2500 anos, Aristóteles (filósofo) nos deixou uma obra cujo título Ética a Nicômaco. Nos Livros VIII e IX desta obra, observam-se reflexões acerca da amizade. A amizade é vista como componente necessário para a convivência entre os humanos, uma virtude inata e essencial, uma forma de buscar a felicidade.
Por meio deste texto, houve a pretensão de expressar o que é amizade por meio da linguagem, mas a melhor forma de saber é vivê-la (Amizade) experienciar no decorrer da vida este amor puro e gratuito entre duas pessoas que é dom de Deus. Talvez caro leitor, esta seria uma bela ocasião para fazer uma visita, enviar um e-mail ou uma carta aos amigos, esquecidos, quem sabe, em meio aos afazeres da vida.
Duas pessoas unidas pelo elo da amizade, nunca se separam ou esquecem uma da outra, apenas fazem planos diferentes, e em muitos casos é preciso seguir caminhos diferentes, mas independe da opção de vida ou das escolhas, amigo/a é sempre uma pessoa especial, como diz Milton Nascimento “amigo é coisa pra se guardar debaixo de sente chaves dentro do coração”.

Canção da América (Milton Nascimento)

Amigo é coisa pra se guardar debaixo de sete chaves
Dentro do coração, assim falava a canção que na América ouviu
Mas quem cantava chorou ao ver o seu amigo partir
Mas quem ficou no pensamento voou com seu canto que o outro lembrou
E quem voou no pensamento ficou com a lembrança que o outro cantou
Amigo é coisa pra se guardar no lado esquerdo do peito
Mesmo que o tempo e a distância digam não
Mesmo esquecendo a canção
E o que importa é ouvir a voz que vem do coração
Pois seja o que vier, venha o que vier.
Qualquer dia, amigo, eu volto a te encontrar.
Qualquer dia, amigo, a gente vai se encontrar.


Élber Barbosa de Oliveira
Noviço da Congregação dos Missionários Sacramentinos de Nossa Senhora (SDN)
E-mail: elberbarbosadeoliveira@yahoo.com.br

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