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quinta-feira, 14 de maio de 2009

As mulheres missionárias do Evangelho



A SOGRA DE SIMÃO QUE SOFRIA DE FLUXO DE SANGUE, A VIÚVA DE NAIM, A CANANÉIA, JOANA, SUZANA, A VIÚVA DAS MOEDAS, AS FILHAS DE JERUSALÉM, A SAMARITANA, ETC.

SANTA MÔNICA, MÃE DE SANTO AGOSTINHO

Quando na vigília pascal do ano 387 da era cristã, na Catedral de Milão, na cerimônia celebrada pelo Bispo Ambrósio, Agostinho de Tegaste renunciou a satanás, confessou sua fé católica e inundado por uma indizível felicidade, entrou na água para renascer pelo Espírito Santo, no sacramento do Batismo, sua mãe, Mônica estava presente participando da cerimônia. E nesse dia ela deve ter sentido, como ninguém jamais sentira, qual é a força da oração perseverante. Ela acompanhara o filho em toda a sua caminhada desde a sua longínqua terra da África. Vira-o desviar-se para os piores erros de fé e de costumes. Vira-o triunfar nos caminhos da grandeza e da cultura humana, mas desviar-se dos caminhos de Deus. Porém, jamais desanimara.
Rezava e esperava. E chorava. Um dia um Bispo amigo lhe dissera que um filho de tantas lágrimas não se poderia perder. E ele não se perdeu. Aos 33 anos de idade encontrou definitivamente a "beleza" tão antiga e tão nova de que procurara em vão esconder-se. Cristo vencera. Aquele neófito seria amanhã o Bispo Agostinho. Santo Agostinho! O grande Doutor da Igreja. O maior de todos. Testemunho perene da graça de Deus. E do valor da oração perseverante de Santa Mônica.

A PALAVRA DE DEUS: Lc 13,11-13
AS MULHERES DO EVANGELHO

Folheando as páginas do Evangelho, passa diante dos nossos olhos um grande número de mulheres, de idade e condições diversas. Encontramos mulheres atingidas pela doença ou por sofrimentos físicos, como a mulher que tinha "um espírito que a mantinha enferma, andava recurvada e não podia de forma alguma endireitar-se. (LC 13,11-13). Ou como a sogra de Simão que estava "de cama com febre"(MC 1,30); ou como a mulher que sofria de um fluxo de sangue ( MC 5,25-34), que não podia tocar ninguém, porque se pensava que o seu toque tornasse o homem "impuro".
Cada uma delas foi curada e a última a hemorroíssa, que tocou o manto de Jesus "no meio da multidão"( MC 5,27), foi para ele louvada pela sua grande fé: "A tua fé te salvou" (MC 5,34). Há depois, a filha de Jairo que Jesus faz voltar à vida, dirigindo-se a ela com ternura: "Menina, eu te mando, levanta-te!"( MC 5,41). E ainda a viúva de Naim para quem Jesus faz voltar à vida o filho único, fazendo acompanhar o seu gesto de uma expressão de terna piedade: "Compadeceu-se dela e disse-lhe: não chores"(LC 7,13).
E há, enfim, a Cananéia, uma mulher que merece da parte de Cristo palavras de especial estima pela sua fé, sua humildade e pela grandeza de espírito de que só um coração de mãe é capaz: "Oh mulher, é grande a tua fé! Faça-se como desejas"(MT 15,28). A mulher Cananéia pedia a cura de sua filha.

AS MULHERES MISSIONÁRIAS

Às vezes, as mulheres que Jesus encontrava, e que dele recebiam tantas graças, o acompanhava, enquanto com os apóstolos peregrinava pelas cidades e aldeias, anunciando o Evangelho do Reino de Deus. E elas "os assistiam com os seus bens". O Evangelho cita entre elas, Joana, esposa do administrador de Herodes, Suzana e muitas outras ( LC 8,1-3).
Às vezes, figuras de mulheres aparecem nas parábolas, com que Jesus de Nazaré ilustrava a seus ouvintes a verdade sobre o Reino de Deus. Assim é nas parábolas da Dracma perdida (LC 15,8-10), do Fermento ( MT 13,33), das Virgens prudentes e das virgens estultas( MT 25,1-13). É particularmente eloqüente o relato do óvulo da viúva. Enquanto "os ricos... colocavam as suas ofertas na caixa do templo... uma viúva... deitou lá duas moedinhas". Então Jesus disse: "Essa viúva pobre deitou mais do que todos... foi da sua penúria que tirou tudo quanto possuía"(LC 21,1-4).
Deste modo Jesus a apresenta como modelo para todos e a defendem, pois no sistema sócio-jurídico da época, as viúvas eram seres totalmente indefesas. (LC 18,17). Em todo o ensinamento de Jesus, como também no seu comportamento, não se encontra nada que denote a discriminação, própria do seu tempo da mulher. Ao contrário, as suas palavras e as suas obras exprimem sempre o respeito e a honra devidos à mulher. A mulher recurvada é chamada "filha de Abraão"
(LC 13,16), enquanto em toda a Bíblia o título "Filho de Abraão" é atribuído só aos homens. Percorrendo a via dolorosa rumo ao Gólgota, Jesus dirá às mulheres: "Filhas de Jerusalém, não choreis por mim". (LC 23,28). Este modo de falar às mulheres e sobre elas, assim como o modo de tratá-las, constitui uma clara "novidade" em relação aos costumes dominantes do tempo. Isso se torna ainda mais explícitos no tocante àquelas mulheres que a opinião comum apontava com desprezo como pecadoras públicas e adúlteras.
Por exemplo: a Samaritana, a quem Jesus mesmo diz: "Tiveste cinco maridos e aquele que agora tens não é teu marido". E ela, percebendo que ele conhecia o segredo de sua vida, reconhece nele o Messias e corre a anunciá-lo aos seus conterrâneos. O diálogo que precede esse reconhecimento é um dos mais belos do Evangelho ( João 4,7-27).
Eis, depois, uma pecadora pública que, não obstante à condenação por parte da opinião comum, entra na casa do fariseu para ungir com óleo perfumado os pés de Jesus.
Ao anfitrião que se escandalizava desse fato, Jesus dirá dela: "São perdoados os seus muitos pecados, visto que muito amou" (LC 7,37-47). Eis, enfim, uma situação que é talvez a mais eloqüente: uma mulher surpreendida em adultério é conduzida a Jesus.
À pergunta provocatória: "Ora, Moisés na Lei mandou nos apedrejar tais mulheres, tu que dizes?" Jesus responde: "Aquele de vós que estiver sem pecado lança-lhe por primeiro uma pedra". A força de verdade contida nessa resposta é tão grande que "se foram embora um após o outro, a começar pelos mais velhos." Permanecem só Jesus e a mulher."
Onde estão? Ninguém te condenou?" - "Ninguém, Senhor" - "Nem eu te condenarei. Vai e doravante não tornes a pecar."( João 8,3-11).

CRISTO CONHECE A DIGNIDADE DO HOMEM E DA MULHER

Esses episódios constituem um quadro de conjunto muito transparente.
Cristo, é aquele que "sabe o que há no homem"(João 2,25).
No homem e na mulher. Conhece a dignidade do homem, o seu valor aos olhos de Deus. Ele mesmo, Cristo, é a confirmação definitiva desse valor. Tudo o que diz e faz tem o seu cumprimento definitivo no mistério pascal da redenção. O comportamento de Jesus s respeito das mulheres, que encontra ao longo do caminho do seu serviço messiânico, é o reflexo do desígnio eterno de Deus, o qual, criando cada uma delas, a escolhe e ama em Cristo ( Ef 1,1-5). Por isso, cada mulher é aquela "única criatura na terra que Deus quis por si mesma".
Cada mulher herda do "princípio" a dignidade de pessoa precisamente como mulher. Jesus de Nazaré confirma essa dignidade, recorda-a, renova-a e faz dela um conteúdo do Evangelho e da redenção, para a qual é enviada ao mundo. É preciso pois introduzir na dimensão do mistério pascal toda palavra e todo gesto de Cristo que se refere à mulher. Desta maneira tudo se explica completamente.

UMA MENSAGEM PARA A VIDA

Uma das páginas mais belas do Evangelho é a que narra o episódio da mulher adúltera. Aí Jesus mostra mais uma vez a sua infinita misericórdia. O fato se deu nos últimos dias de Jesus em Jerusalém. Naquela época, durante o dia, Jesus ensinava no templo e à noite retirava-se para Betânia ou para o monte das oliveiras ( Lc 21,37-38). Nesta passagem aqueles que apresentam a tal mulher que fora pego em adultério são os escribas e fariseus que se consideravam os defensores da Lei de Deus.
Para armar uma cilada contra Jesus, eles vão pedir-lhe o seu parecer. Colocam o caso na mão de Jesus. Não para acatar a decisão do Senhor, mas para pegar Jesus em alguma resposta comprometedora, qualquer que fosse a sua resposta. De fato, se Jesus dissesse para deixarem a mulher ir em paz, eles denunciariam Jesus como transgressor da Lei, porque a lei mandava apedrejar as adúlteras (Dt 22,23-24). E se Jesus mandasse apedrejar a mulher, eles iriam jogar o povo contra Jesus, pois todos o chamavam de bom Mestre, porque o Senhor pregava a misericórdia e o perdão. Além disso, se Jesus decidisse pela morte da pecadora, ele poderia ser condenado também pela lei romana que reservava para si a condenação à pena de morte.
Mas a resposta de Jesus é divinamente sábia. Ele olha para aqueles fariseus com olhar tão penetrante, que vê dentro deles até os pecados escondidos em seus corações. E lhes fala simplesmente: "Aqueles de vós que estiver sem pecado, atire a primeira pedra." E todos vão saindo.
Não ficou um! Então vem aquela belíssima sentença de Jesus: "Nem eu te condeno. Vai e de agora em diante, não peques mais". Assim ele condenou o pecado e não o pecador. Poderíamos lembrar muitos outros casos nos quais Jesus revela seu grande amor pelos pecadores.Um dele é o episódio da pecadora pública que foi beijar os pés de Jesus na casa de Simão, o fariseu, por ocasião do jantar. (Lc 7,36-50). Lembre-se também da maneira imediata e simples com que Jesus perdoou o criminoso crucificado ao seu lado. Na cruz ainda, Jesus ofereceu seu perdão aos carrascos antes mesmo que esses lho pedissem, dizendo: "Pai, perdoa, porque não sabem o que fazem!"(Lc 23,34).

A SAMARITANA

A História da Samaritana é um dos capítulos mais bonitos do Evangelho. É o encontro mais bonito entre duas pessoas. É o paradigma para qualquer pessoa, para qualquer psicólogo, para qualquer pessoa que queira ir lá dentro no fundo do coração das pessoas. É o encontro de Jesus com a mulher Samaritana junto ao poço de Sicar. Ela que não pertencia ao povo de Deus. E Jesus quis ir lá dentro do coração dessa pessoa, que não representava a si mesma, mas representava uma humanidade sofrida, ela de "lata d'água na cabeça", diríamos em termos brasileiros, querendo buscar água e Jesus dizendo para ela: "Dá-me um pouco d'água". E ela achando esquisito porque um judeu pedindo água a uma Samaritana, eles que não se davam, eram inimigos e Jesus dizendo: "Ah! Se você soubesse quem pede a você esse copo d'água...
Essa pessoa pode dar-te água viva e quem beber dessa água, não terá mais sede, fonte de água viva. Jesus fala dessa água que brota como uma cascata de dentro dele próprio, Jesus, Filho de Deus. É Jesus desdentando a humanidade. A água que Ele dá é a sua Palavra. E aqui a gente podia pensar em todo o mistério da água. A água que é vida, não existia vida sobre a terra. Foi preciso que Deus criasse a água e nessa água pairasse o Espírito de Deus.
A água é vida, onde não há água, não há vida. Daí a comparação da água Jesus, da água graça, da água benefício de Deus entre nós. Como dizíamos, essa Samaritana é a humanidade afastada de Deus e doida por Deus. É tanto que o Evangelho diz que ela tinha 5 maridos. A melhor interpretação desses 5 maridos não é a interpretação de um marido e homens, não. Ela, representando a humanidade, é a vivência com os ídolos. É a infidelidade a Deus. É por isso que Jesus propõe a ela: _ "Mulher, vai ter um tempo fantástico. Um tempo em que, os que adoram o Deus verdadeiro, não o adoram nem aqui nem ali, mas o adoram em Espírito e em verdade". 5 maridos são os ídolos da humanidade: sexo, dinheiro, poder, TV, enfim, todo este visgo, todo este grude que prega cada vez o homem e o coloca cada vez mais preso e impossibilitado de voar.
O homem tem vontade de voar para Deus mas a idolatria, ou seja, o amor às coisas do mundo, o coloca cada vez mais apegado, mais grudado numa matéria que não me dá nenhuma resposta. Não sei até onde você gostaria de viver a vida plena. Essa saúde do corpo e a saúde da alma. É o homem em busca da identidade de si mesmo. Todas as vezes que o homem se abre para a água que é Jesus para tirar a sua sede, sede de coisas boas, está neste momento. É o momento de Deus em nossa vida. Por isso, vamos voltar a pensar mais nos outros. Vamos pensar em mil pequenas felicidades quase como borboleta indo aqui e ali. Isso não enche a vida de ninguém, nem mesmo religiosamente: Você que um dia está numa seita, um dia você é espírita, outro dia você é crente e outro é católico não é por aí. Só Jesus Cristo é água viva capaz de saciar nossa sede de modo definitivo.
Para isso não quer a humanidade com 5 maridos, ou seja, cheia de ídolos que tomam o lugar dele. Ele quer o abandono dos ídolos e a mudança de vida. E essa mudança de vida é o abandono dos ídolos e o abandono dos ídolos nos podem fazer verdadeiramente felizes, como dizia Santo Agostinho: "Eu não te procuraria, Senhor, se Tu não me tivesse encontrado". Vamos pedir a Deus como fez Jesus com a Samaritana que ele se encontre conosco para que nós possamos encontrá-lo.
Pe. Lucas de Paula Almeida, CM

Fonte: missaojovem.com.br

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